Acusado de homicídio qualificado, Guilherme Gomes Pinto sentará nesta terça-feira no banco dos réus no Tribunal do Júri de Caxias do Sul. Ele é apontado como um dos autores da morte de Mateus José Pereira (foto acima) 28 anos, assassinado com cerca de 20 tiros na noite de 5 dezembro de 2016. O crime ocorreu em um semáforo da Travessa São Marcos, bairro Kayser. O rapaz foi alvejado por tripulantes de um Sandero e morreu no local.
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Pinto estava acompanhado do comparsa Andrei Baldin, o qual tinha uma desavença com Mateus. O desentendimento era motivado pelo conserto de um veículo: Mateus havia prestado serviço para Baldin e houve desacerto no pagamento. Baldin morreu três dias após o crime em um confronto com a Brigada Militar (BM).
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Depois de cometerem o crime, Pinto e Baldin escaparam com o carro. Em meio à fuga, Pinto atirou contra um polícia militar (PM) que estava os seguindo em um Corsa. Os disparos não chegaram a acertar o PM.
Na sentença de pronúncia, o réu Guilherme Gomes Pinto negou a autoria dos fatos. Disse ainda desconhecer Mateus, não ter participado do crime e não saber informações sobre a tentativa de homicídio contra o policial.
O julgamento deve iniciar às 9h30min desta terça-feira.
Acusado é suspeito de outro assassinato em 2016
Este é o segundo indiciamento de Pinto por um homicídio em 2016. Ele já havia sido reconhecido na morte de Paulinho Adriano de Barros, 37 anos, no loteamento Campos da Serra em 21 de junho daquele ano. O crime teve motivo banal. Pinto dirigia um Chevette quando deparou com pedras na Rua Gessi Laurente Prates. Os obstáculos foram colocados na via para reduzir a velocidade dos carros. O rapaz discutiu com Barros, que era marido da síndica do condomínio, e o matou com dois tiros no peito.
Preso preventivamente em 23 de setembro, Pinto alegou que sacou o revólver em legítima defesa. Ele ficou recolhido até 10 de novembro, quando teve concedida a liberdade provisória. Menos de um mês depois, participou do assassinato de Pereira e teve nova prisão preventiva decretada.
Jovem era ameaçado há mais de um ano
Mateus era proprietário de uma empresa de películas para veículos. Também era lutador de jiu-jitsu e, quando tinha algumas horas de folga no trabalho, ajudava o pai em busca da paz em comunidades carentes da cidade.
Conforme os familiares, em 2015, ele começou a sofrer ameaças de morte após cobrar um homem que se recusava a pagar por serviços prestados. Por duas vezes foi atacado pelo devedor: o primeiro episódio aconteceu em abril do ano passado, quando Mateus conseguiu se defender e esfaqueou o agressor. Por causa disso, Mateus era suspeito de tentativa de homicídio. Meses depois, homens armados alvejaram a residência onde o rapaz vivia com os pais. As ameaças contra Mateus nunca cessaram.
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