Em operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com acompanhamento do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) e participação da Polícia Federal (PF), quatro argentinos foram resgatados na última terça-feira (28) de uma propriedade em São Marcos. Contratados para a colheita da uva, eles estariam em condições análogas à escravidão.
Os resgatados são todos homens, com idades entre 19 e 38 anos. De acordo com o MTE, um dos principais problemas era o acesso a água potável no local. A água que abastecia as torneiras era captada de um pequeno açude junto à casa, e toda água usada no banho e na descarga era devolvida para o pátio, junto ao açude. O sistema formava um esgoto a céu aberto na entrada do imóvel e chegava a contaminar a água do açude que seria usada para o consumo dos trabalhadores.
Ao MTE, os trabalhadores relataram ter sido agenciados por um conterrâneo que buscava trabalhadores na Argentina e os encaminhava a um grupo de serviços em São Marcos.
Com a operação em São Marcos, já são oito trabalhadores resgatados no RS em 2025.
Na quarta-feira (30) foi firmado um Termo de Ajuste de Conjunta (TAC) com o produtor rural que contratou os serviços dos quatro trabalhadores resgatados nesta operação, garantindo o pagamento das verbas trabalhistas e rescisórias devidas pela rescisão indireta dos contratos de trabalho.
O Ministério do Trabalho e Emprego emitiu o seguro-desemprego para os trabalhadores resgatados, assegurando aos imigrantes argentinos o pagamento de três parcelas de um salário-mínimo.
A assistência social de São Marcos providenciou estadia e disponibilizou passagens para deslocamento dos trabalhadores que não desejaram retornar à Argentina.