A situação financeira do Hospital Geral (HG) de Caxias do Sul será abordada em reunião do Governo do Estado na próxima semana em Porto Alegre. Conforme a administração do hospital afirmou no início deste mês, 50 leitos poderão ser fechados até junho, o que corresponde a 22% do total, devido a falta de recursos.
O déficit apontado é de R$ 600 mil por mês. O Hospital recebe um repasse mensal de R$ 2,8 milhões do Estado de forma fixa. A União repassa cerca de R$ 1,075 milhão e o município de Caxias do Sul participa com R$ 214 mil. A Universidade de Caxias do Sul (UCS) destina R$ 100 mil mensais para pagar por estágios de estudantes da área da saúde.
A titular da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado, Solange Sonda, afirma que uma reunião sobre o hospital está marcada para a próxima quinta-feira (26). Segundo Solange, até esse encontro, não deve haver novidade em relação aos repasses feitos à instituição. No início do mês, em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado havia informado que "está em tratativas o reajuste do convênio, o que deverá solucionar o problema do HG".
A prefeitura de Caxias do Sul e vereadores afirmaram que tentam buscar apoio de prefeituras da região para financiar o hospital, que é referência para 49 municípios. A tentativa já foi feita em outros anos, mas não teve sucesso.
A secretária municipal da Saúde, Deysi Piovesan, afirma que Caxias tem buscado colocar para os outros municípios da região a dificuldade do custeio dos serviços de referência, não só do Hospital Geral, mas também do Pompéia. Ela comenta que o tema é tratado no âmbito da Comissão Intergestores Regional, que congrega secretários municipais da Saúde, e foi levantada a possibilidade de se montar uma comissão para estudar e apontar os custos que os outros municípios têm em Caxias.
Segundo a secretária, a resistência no cofinanciamento pelas outras cidades se dá porque as prefeituras também enfrentam dificuldades financeiras e estão com a capacidade de ampliação nos atendimentos em saúde quase esgotada. Deysi Piovesan também diz que os municípios estão percebendo a necessidade de uma organização regional porque tentativas de aumento de repasses junto ao Estado e à União não estão surtindo efeito.
O secretário da Saúde de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, afirma que as prefeituras podem ajudar a financiar o hospital, mas defende que, para isso, o Estado também precisa aumentar o volume de recursos que destina ao HG. Siqueira relata que o município buscou, ao longo de 2017, a possibilidade de implantar em Bento uma referência para traumatologia eletiva no Hospital Tacchini, o que seria uma alternativa ao atendimento no Hospital Geral. A proposta era de um cofinanciamento em conjunto com municípios próximos e também com repasse do Estado, mas as tratativas não tiveram resultado.