Familiares da idosa que morreu na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Zona Norte, na tarde da última quarta-feira, registraram o fato na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DDPA) na tarde desta quinta. Eles alegam que houve negligência no atendimento.
A ocorrência relata a sequência de acontecimentos que antecederam a morte da idosa, que os parentes de Maria Vergilina Moreira da Fonseca, 71 anos, contaram ao Pioneiro ainda na quarta. Diz que a idosa estava passando mal e que optaram por levá-la à UPA de carro porque julgaram ser mais rápido do que acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ainda conforme o registro, o sobrinho Alexsandro Moreira Fabro, 35 anos, tirou a idosa do carro, a colocou em uma cadeira de rodas e que não foi feita triagem para priorizar o atendimento. Diz ainda que o quadro da idosa se agravou e, que "depois de muita insistência uma atendente foi verificar a pressão da vítima", que a situação da idosa se agravou e ocorreu o falecimento.
Maria Vergilina foi sepultada às 17h de quinta-feira no Cemitério Parque, no loteamento Nossa Senhora do Rosário.
A partir do registro da ocorrência, a DPPA deve encaminhar o caso para o 3º Distrito Policial que abrirá inquérito para investigar as circunstâncias da morte e se houve ou não negligência na assistência.
Em nota, encaminhada pela prefeitura, na tarde de quinta-feira, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), que administra a UPA, informa que a paciente deu entrada na unidade às 14h23min de quarta. O texto diz ainda que o atendimento de enfermagem na Sala de Classificação de Risco iniciou 30 minutos depois e que, "durante a triagem, a paciente perdeu a consciência e foi prontamente encaminhada, às 15h, para a Sala de Emergências, para atendimento médico." Conforme a nota, "a equipe iniciou a reanimação da paciente, seguindo todos os protocolos da área da Saúde. O óbito foi constatado após 40 minutos do início do atendimento médico."
Ao final, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) diz que a "UPA Zona Norte está sujeita aos mesmos recursos de investigação que os demais serviços da rede de saúde do município, quando julgados necessários." E encerra dizendo que, após análise detalhada dos prontuários da paciente, a Secretaria de Saúde vai avaliar se abrirá ou não sindicância para apurar os fatos. "Numa primeira análise do caso, os registros indicam presteza no atendimento conferido à paciente pelo serviço de urgência e emergência", finaliza o texto.
OUTROS CASOS
A reportagem solicitou, na tarde de ontem, informações sobre o andamento de casos semelhantes ocorridos no ano passado no Pronto-Atendimento 24 Horas, o Postão, mas a Secretaria Municipal de Saúde disse que precisava de mais tempo para conseguir os dados. Segundo a assessoria da pasta, alguns casos são tratados na auditoria da própria secretaria e outros são analisados pela Corregedoria do município. Um deles, por exemplo, ocorrido em agosto de 2017, em que dois médicos não foram localizados no Postão para fazer um atendimento no horário de expediente, tramita sob sigilo.