Passados 51 dias desde o início do ano letivo em Caxias do Sul, duas situações graves permanecem sem solução – a falta de professores nas escolas da rede estadual, o que obriga centenas de estudantes a ficarem mais tempo em casa do que na escola, e o déficit de vagas em instituições de ensino. Até a segunda-feira, segundo a Secretaria Municipal da Educação (Smed), faltavam 1.181 vagas, sendo 958 na Educação Infantil (quatro a cinco anos) e 223 no Ensino Fundamental.
Com relação à falta de docentes, a situação, inclusive, piorou. Quando as aulas começaram, no dia 20 de fevereiro, faltavam 35 docentes. Em março, esse número subiu para 46. Conforme a 4ª Coordenadoria Regional da Educação (4ª CRE), o aumento no déficit tem explicação: durante esse período, houve novos afastamentos, que incluem licenças de saúde, transferências, exonerações, entre outros.
– Agora, a única maneira de termos esses professores é através de novos contratos. O edital ainda não está liberado. No momento que o documento for liberado, tem o processo de inscrição, classificação... Infelizmente, é burocrático – justifica a coordenadora da 4ª CRE, Janice Moraes.
Conforme Janice, não há como prever quando a falta de professores será completamente suprida, já que a contratação depende da Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Enquanto isso, um fator que preocupa os pais e atinge diretamente os estudantes é a recuperação das aulas perdidas. A expectativa é que o cronograma de reposição do conteúdo seja detalhado com cada escola, quando o quadro de professores for preenchido completamente.
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Até que a situação seja normalizada, cada instituição de ensino se vira como pode. A Escola Engenheiro Dario Granja Sant'Anna, no loteamento Sanvitto, é a que mais sente a falta de professores no seu quadro de docentes entre as escolas caxienses. A situação da escola foi mostrada em uma reportagem do Pioneiro do dia 15 de março. Desde então, pouca coisa mudou. Continuam em falta profissionais para as disciplinas de matemática, história, geografia e inglês para alunos do 6º ao 9º ano que estudam no turno da manhã.
Uma professora de geografia já chegou à escola nos últimos dias, porém a carga horária dela não supre a necessidade de todas as turmas, sendo necessária a contratação de outra docente. Enquanto isso, as duas turmas de 6º ano, por exemplo, só vão para a escola duas vezes por semana por opção da direção da escola.
– É mais seguro que os pais saibam os dias que eles estão em casa, do que os alunos virem à escola e serem liberados no meio da manhã. A gente vai esperar ter o quadro completo para ter um planejamento mais eficaz. Provavelmente, serão utilizadas as férias de inverno para recuperar essas aulas perdidas – explica a diretora Evandra Cristina Borges de Lima.
Na Escola Presidente Vargas, no Centro, a situação foi amenizada com a chegada de um professor de história na semana passada. Agora, a instituição aguarda a contratação de um docente de geografia para completar o quadro de professores.
Educação
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Não há previsão de normalização do quadro de docentes, segundo a 4ª CRE
Alana Fernandes
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