
Após mais de dois anos lutando contra um câncer no pulmão, morreu neste sábado (5) a professora e ex-presidente da Sociedade Amigos de Ana Rech (Samar) Daniela Boff, aos 49 anos.
Em suas redes sociais, Daniela contava um pouco de como era a rotina com a doença. Para ela, o câncer era uma oportunidade de ressignificar a vida. "Nós temos duas oportunidades, uma é a gente se jogar numa cama e esperar que a noite chegue e outra é pegar a doença para si e realmente ressignificá-la e fazer tudo que tenhas vontade, poder viver intensamente pelo tempo que nos resta", destacou em um dos seus vídeos.
Daniela ficou à frente da Samar de 2007 a 2010 e durante esse período trabalhou na articulação para a implantação dos painéis "Epopéia Imigrante", inaugurados em 2012 e que estão expostos na área central de Ana Rech. A mostra é composta por 15 obras que contam a trajetória dos imigrantes italianos por meio de momentos específicos, como a chegada na Serra e o trabalho na ferraria e na serraria. Os artistas Jasiel Bellini e André Gnatta assinam os trabalhos.
O seu filho mais velho, Giordano Boff, relembra da época em que sua mãe presidia a associação.
— Eu lembro que minha infância foi muito divertida com minha mãe na presidência da Samar, eu a acompanhava nas reuniões e todos os eventos do bairro. Eu criança a questionava sempre, por que fazer todo esse trabalho sem ganhar um centavo? E mesmo assim ela tinha paixão pelo que fazia. Lembro que os melhores natais de Ana Rech foram na época que ela ajudou a organizar — conta Boff.
Giordano também destacou como a comunidade de Ana Rech é unida e reforçou a importância da sua mãe na localidade.
— Foram muitos ensinamentos nessa época, descobri com ela que uma comunidade forte faz tudo o que quer dar certo. Naquela mesma época, lembro que o Natal de Ana Rech saiu no Jornal Nacional. Era uma atração na região. E sei que ela teve muita importância em tudo isso — comentou Giordano.
Em entrevista ao Pioneiro no ano de 2018, Daniela relatou a sua vivência durante a tentativa de emancipação política de Ana Rech. Em 1988, aos 12 anos, ela acompanhava o pai, o agricultor Valter Gonçalo Boff, morto em 2003, nas passeatas na comunidade e em Porto Alegre. Daniela era uma das admiradoras do processo de emancipação.
Daniela Boff foi velada na Capela Mortuária São José de Ana Rech e cremada na tarde deste domingo (6), no Memorial São José, em Caxias do Sul. Ela deixa dois filhos e demais familiares.