
Morreu nesta quarta-feira (19) o fotógrafo caxiense Aldo Toniazzo, um dos fundadores do Clube do Fotógrafo, aos 85 anos. Ele atuou por 35 anos na Universidade de Caxias do Sul, sendo o autor da maior parte das imagens do acervo fotográfico do Instituto de Memória Histórica e Cultural.
Toniazzo era formado em Odontologia, profissão que exerceu concomitantemente com a de fotógrafo. Recebeu da prefeitura de Caxias o Troféu Monumento ao Imigrante, do artista plástico Dejair Salvador, e certificado em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade, em 2010. A homenagem ocorreu durante a solenidade de abertura oficial e premiação da 26ª Bienal Brasileira de Arte Fotográfica em Preto e Branco, no Teatro Pedro Parenti da Casa da Cultura.
Além de fundador do Clube do Fotógrafo, Aldo tem sua atuação ligada à pesquisa e documentação realizadas pelo Projeto ECIRS (Elementos Culturais das Antigas Colônias Italianas do Nordeste do Rio Grande do Sul), da UCS.
Os prêmios irão comigo quando eu morrer, mas o que está publicado fica pra sempre.
ALDO TONIAZZO
fotógrafo
Em reportagem publicada no Pioneiro em outubro de 2020, Aldo Toniazzo relembrou que, inicialmente, a fotografia era uma válvula de escape ao estresse do dia a dia:
— Muitos, assim como eu, começaram na fotografia para ter algo que aliviasse o estresse. Na área da saúde, a gente absorve demais as dores e as reações dos pacientes. Precisa ter essa válvula de escape. Depois das primeiras fotos, vêm as primeiras exposições, os primeiros concursos, até aquilo que mais me realiza, que são os livros. Porque os prêmios irão comigo quando eu morrer, mas o que está publicado fica pra sempre.
Legado
Para o fotógrafo uruguaio radicado em Caxias, Paquito Masiá Herrera, Toniazzo foi um fotógrafo icônico em Caxias. No ano em que serão comemorados os 150 anos da Imigração Italiana no RS, Herrera relembra que Toniazzo teve atuação forte nas áreas de pesquisa e documentação da colonização italiana, inclusive com exposições na Itália.
— Uma figura que fica na história de Caxias pela relevância do seu trabalho. É um cara que a fotografia de Caxias deve muito pela sua história. Ele tinha um olhar muito sensível à questão da cultura, a iconografia e era um ser muito bacana, muito astuto, muito inteligente, muito sagaz, com piadas de extrema inteligência e uma pessoa muito agradável de se conviver. O Aldo deixa já muitas saudades e com certeza perpetua seu nome com a sua obra — afirma.
Cerimonial
O fotógrafo foi velado na Loja Maçônica Duque de Caxias III Milênio e cremado nesta quarta-feira (19), às 18h30min, no Memorial Crematório São José.