
Foram reveladas as áreas que devem ofertar cursos na futura extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Caxias do Sul. Segundo vice-reitor, Pedro Costa, saúde, ciências agrárias, ciências sociais aplicadas, licenciaturas, engenharias de computação e humanidades são algumas das esferas que devem ofertar algum dos seis cursos já previstos para o campus na Serra. A informação foi divulgada na tarde desta terça-feira (29) durante visita da comitiva da federal ao município.
A visita do vice-reitor e de Liana Loder, uma das professoras da comissão que estuda a implantação do campus na cidade, foi organizada pela vereadora Rose Frigeri (PT), para conhecerem as estruturas do Hospital Virvi Ramos e da Visate. Durante os encontros, o vice-reitor comentou sobre como estão as estimativas em relação à instalação da extensão.
— Vamos iniciar com seis cursos, com uma expectativa de ingresso de 500/600 alunos durante os primeiros quatro anos, para no quinto já estar com uma estrutura mais consolidada. Temos uma estimativa de que sejam necessários mais de 300 servidores, entre professores, terceirizados e outros funcionários, para manter a extensão. Também devemos ofertar atividades nos três turnos, mas, principalmente, à noite — destaca Pedro.
O vice-reitor reiterou que também estudam trazer cursos de pós-graduação, extensões e pesquisas. Já sobre as áreas escolhidas, disse que foram definidas por meio das conversas com as entidades e comunidade da região.
— Buscamos informações nos vestibulares dos últimos quatro anos, nas conversas com educadores, com empresários, com órgãos públicos, a gente também foi identificando essas grandes áreas em que precisamos atuar, e temos essa perspectiva de trabalhar cursos. A comissão e a reitoria também estão dialogando com as direções das nossas 29 unidades, ao mesmo tempo em que estamos levando em conta a variável do que já existe de oferta na cidade e que não existe. É um monte de coisas para casar. A demanda da comunidade, a nossa capacidade, o dinheiro disponível, a vontade dos estudantes — salienta.
Além disso, Costa revelou que as informações de quais cursos serão ofertados, da oficialização do Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul (UCS) como sede da extensão e outras demandas só devem ser confirmadas e divulgadas a partir do segundo semestre de 2025.
— A comissão está trabalhando até o final de junho. É o prazo para apresentar para o Conselho Universitário o projeto que vai ter, trazendo todos esses dados. Então, a partir do momento que for enviado para o Conselho Universitário, pode ser divulgado publicamente. É evidente que, eventualmente, as propostas de cursos vão frustrar algumas pessoas. Há demandas para 30, 40 cursos, mas é um começo, no sentido de criar raízes — esclarece o vice-reitor.
Faculdade Fátima pode abrir mão do curso de Enfermagem

A primeira parada da agenda da comitiva da UFRGS foi no Virvi Ramos. Nesse encontro, a diretora executiva da instituição, Cleciane Doncatto Simsen, e o gerente de relações institucionais, Luis Carlos Bolzan, apresentaram a estrutura do hospital e da Faculdade Fátima.
Atualmente, a faculdade oferta três cursos de graduação: Fonoaudiologia, Enfermagem e Nutrição (esse deve fechar as turmas ainda neste ano), além de cursos técnicos e outras especializações. Mas, segundo Bolzan, a instituição também pode encerrar as atividades do curso de Enfermagem caso a UFRGS de Caxias passe a oferecer a atividade.
— A faculdade se coloca à disposição da UFRGS e se caso precisar abrir mão do curso de enfermagem, vamos abrir, pois, para nós, valeria muito a pena ter essa parceria com a universidade federal — revela o gerente.
Garantia de transporte ainda é um dos tópicos debatidos

Uma das grandes preocupações da reitoria da UFRGS com a vinda da extensão para Caxias é a disponibilização de transporte público. O prefeito Adiló Didomenico e outros chefes de Executivos da região já sinalizaram que, caso todo o processo for confirmado, vão ofertar o serviço.
Em visita à Visate, o diretor executivo da empresa, Gustavo Marques Santos, se mostrou aberto ao diálogo com a instituição. Segundo ele, a concessionária está disposta a atender as necessidades que forem apresentadas e comentaram até sobre uma possível criação de uma linha única para atender o futuro campus.
— Estamos abertos ao diálogo e ofertar o que temos de melhor, porque, atendendo as necessidades de vocês, a gente vai atender também a da população — diz Gustavo.
No entanto, o diretor salientou que a abertura do itinerário deve partir da prefeitura de Caxias, dado que a empresa presta o serviço por meio de licitação.
Para o vice-reitor, toda a conversa trouxe um pouco mais de tranquilidade sobre a oferta do serviço.
— A gente sai com um nível de tranquilidade bem razoável sobre essa mobilização da comunidade, de todos os agentes da região, para garantir o transporte. Sabemos que, se isso faltar, é um dos fatores decisivos para um estudante decidir se vai manter ou evadir de um curso — destaca Pedro.
Agenda também passou por Farroupilha
Em encontro organizado pelo vereador Juliano Baumgarten (PSB), na Câmara de Farroupilha, na parte da manhã, o vice-reitor e a professora Liana também ouviram alunos e entidades representativas da cidade sobre o que esperam da extensão da UFRGS em Caxias. O parlamentar destacou que a atividade foi muito proveitosa.
— Eu avalio como uma atividade boa pelo fato de que teve um público significativo. E que o debate em si foi muito bom, tirou dúvidas dos estudantes, como funcionava, os próprios estudantes apresentaram ideias, demandas, inclusive participou uma mãe de um filho autista pedindo mais cursos de terapia ocupacional e Fonoaudiologia. Então, acho que foi um momento muito produtivo — reflete Baumgarten.
Participaram do evento alunos de escolas estaduais da cidade, a chefe regional da Metroplan, Maria da Glória Menegotto, além de demais autoridades da educação e população em geral.