Maria de Lourdes Fagherazzi assumiu a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) em 2022, ao substituir Helen Machado, e continuará à frente da empresa no segundo mandato de Adiló Didomenico na prefeitura. Na manhã desta terça-feira (21), ela participou do programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, e falou sobre as suas prioridades à frente da Codeca.
Durante cerca de 15 minutos, abordou temas como a modernização da frota de caminhões, os impactos sentidos pela Codeca durante a tragédia climática de maio do ano passado, quando teve a usina de asfalto comprometida, e a situação financeira, que, segundo ela, teve uma mudança significativa de 2022 para 2024.
— Penso que foi uma gestão muito positiva, de muito trabalho. A operação da Codeca não é simples, ela é complexa pela característica dos serviços que ela presta. Então, realmente demandou esforços muito grandes, mas chegamos com ela operante e financeiramente muito melhor, estável, evidentemente que alguns altos e baixos, até em função de algumas coisas que aconteceram em 2024 — diz Maria de Lourdes.
A coleta de lixo também foi um tema abordada durante o programa, o que passa diretamente pela modernização da frota de veículos. Maria de Lourdes explica que uma parte dos caminhões já foi modernizada, mas há necessidade de dar continuidade ao trabalho.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Gaúcha Serra: Que avaliação faz dessa primeira passagem pela Codeca, esse primeiro mandato Adiló Didomenico, em que situação chega a Codeca hoje?
Maria de Lourdes Fagherazzi: Vale lembrar que nós assumimos em março de 2022, com a empresa praticamente falida, estava em uma condição que não tinha três meses de vida, e hoje nós chegamos numa empresa que está completamente operante, que teve sua frota, não toda, mas boa parte renovada, em condições de prestar o serviço. Nós tivemos ampliação significativa na prestação de serviços ao município, assumimos a operação dos auxiliares de limpeza e merendeiras das escolas, são 83 escolas municipais que são atendidas, tendo um contingente de quase 600 pessoas, atendemos uma rede de mais de 40 mil alunos. Hoje ela chega realmente em uma situação muito melhor do que estava em março (de 2022).
Para além da questão do caixa, que muitas vezes acaba não sendo de conhecimento público, o que o cidadão sente bastante é o serviço da coleta de lixo, e que era bastante problemático nos últimos tempos. A Codeca vinha dizendo que uma parte do problema era que era necessário a renovação da frota, e de fato foram incorporados alguns novos veículos. Todos que foram adquiridos, ou todos que eram necessários, já estão em operação?
Todos os que foram adquiridos já foram recebidos os para a coleta, mas isso não supre toda a necessidade, nós precisamos agora em 2025, olhando para frente, renovar outra parte da frota, porque o investimento realmente é bastante alto, e o que aconteceu nos últimos anos com a empresa é que o investimento que deveria ser feito anualmente, não aconteceu. Então, o que aconteceu é que toda a frota praticamente ficou envelhecida. Nós conseguimos renovar uma parte da frota, da parte da coleta, até porque tínhamos que fazer investimento também na frota da capina, na frota e nos equipamentos do departamento de construção civil. Agora prevemos a aquisição de outros equipamentos, de outros veículos necessários para que a gente possa deixar a frota com uma idade adequada para rodar e para evitar o alto custo operacional com as manutenções. Não só o custo operacional, quando a gente fala em custos, evidentemente, mas o custo da não-operação, porque no momento que eu tenho uma frota ainda em parte velha, a tendência é que pare mais por questões de manutenção e aí a dificuldade da prestação de serviço.
Passado esse momento emergencial e com a nova usina, deu início a uma parte do pacote de recuperação das vias urbanas, e foi aplicado ali uma primeira camada de asfalto em várias vias. Como está o cronograma onde as equipes estão trabalhando atualmente? E eu aproveito para incluir também a questão do andamento das obras do Desvio Rizzo, que é sempre também um ponto de bastante questionamento aqui dos ouvintes.
A população sem dúvida acompanhou o problema do Desvio Rizzo, porque as obras não estavam andando, e depois a empresa que tinha ganho a licitação teve problemas financeiros e acabou tendo que abandonar a obra. E naquele momento, de novo, mesmo que precariamente, a Codeca assumiu para dar continuidade, agora com certeza há ritmos mais rápidos para poder deixar a região do Rizzo atendida nessa obra grande, importantíssima, que sem dúvida ainda está neste momento causando alguns transtornos. Mas como o prefeito sempre diz, o transtorno é temporário, o benefício ele fica.
Em relação à coleta de lixo, a senhora falou das ações para melhoria com a compra dos equipamentos, dos equipamentos de grande porte, tem mais equipamentos para serem comprados. Mas naquilo que atinge diretamente a população que são horários ampliados, principalmente para a coleta mecanizada, esses horários ampliados de fim de semana vão ser mantidos? Há perspectiva de melhoria dos equipamentos, dos contêineres, e também de ampliação do sistema de contêineres, é possível projetar isso?
Em relação à ampliação do final de semana, por enquanto nós vamos manter. Lembrando que também essas definições passavam pela Secretaria do Meio Ambiente e agora, numa transição, passarão pela Secretaria de Gestão Urbana. Então, os novos secretários estão, obviamente, montando aí o planejamento estratégico previsto para as suas pastas e nós entramos como os prestadores de serviço conforme for definido. Quanto à questão de ampliação ou não das áreas contêinerizadas, isso é uma discussão que a prefeitura, nas pastas que eu acabei de citar, farão essa análise e essa é uma decisão, então, digamos, de governo, que aí, ao passar dos meses, eu acredito que nós vamos ter uma definição, se deverá ser ampliado ou se vai se rever o sistema, enfim, então, essa é uma definição que eu, hoje, ainda não tenho.
Ouça a entrevista na íntegra: