O campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) em Gramado será construído no bairro Várzea Grande, junto à Avenida do Trabalhador. De acordo com o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRS, Lucas Coradini, três áreas foram oferecidas pelo município e a escolhida atende os critérios exigidos pelo Ministério da Educação. Antes das obras, etapas ainda devem ser cumpridas: a preparação do terreno por parte da prefeitura e a aprovação do projeto de lei que repassa o terreno à União. A partir disso, a licitação para a construção pode ser realizada. Ao mesmo tempo, o processo de definição dos cursos continua.
As vistorias foram realizadas no final de agosto. Coradini explica que alguns dos critérios exigidos são a dimensão, topografia para a construção e ser acessível à população, com ligação com transporte público, por exemplo.
— Para nós é muito simbólico que seja junto à Avenida do Trabalhador, porque nós queremos justamente atingir o público trabalhador. São cursos de formação profissional, de qualificação da mão de obra, da população de Gramado. É uma região periférica, mas por onde transita um bom grupo de trabalhadores e um bom grupo da população. É o bairro mais populoso de Gramado — celebra o pró-reitor.
Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o bairro tem cerca de 6,4 mil moradores. A população de Gramado é de um pouco mais de 40 mil pessoas.
Etapas para construção
A projeção é de iniciar as obras a partir do primeiro semestre do ano que vem. Como explica o pró-reitor, o cronograma está ligado ao projeto de lei que autoriza a doação do terreno à União. Formulado pela prefeitura de Gramado, a intenção é de que ele tramite até o fim deste ano.
— (Com)A doação acontecendo ainda neste ano, nós fechamos o projeto e conseguimos licitar até março do ano que vem. Março ou abril, temos condições de dar start (início) na obra. Tem um período de licitação, tem que abrir a concorrência pública e tem a própria finalização do projeto. Deve ocupar ainda algumas semanas, mas, tudo correndo bem, ainda no primeiro semestre do ano que vem nós começamos com a obra no município — esclarece Coradini.
Ao mesmo tempo, a prefeitura já atua na preparação do terreno para receber a estrutura. São trabalhos como terraplanagem, drenagens, contenções, abertura de acesso à Avenida do Trabalhador e conexão com as redes de água e luz.
Segundo a assessoria da Secretaria de Inovação de Gramado, o município está alinhado com as demandas para o instituto e está trabalhando para que elas sejam atendidas. Sobre o projeto de lei, a expectativa da prefeitura é encaminhar à Câmara de Vereadores entre o final desta semana e o início da próxima.
— Essa é uma grande conquista para todos nós, resultado de um trabalho árduo, mas extremamente gratificante. Foram inúmeras reuniões, visitas a Brasília, diálogos com secretários, reitores e ministros para trazer o IFRS a Gramado. Hoje, com o terreno preparado para a construção, ganhamos ainda mais força para continuar em busca de uma educação de excelência para nossa comunidade. O IFRS está cada vez mais perto de se tornar realidade — destaca o diretor da pasta, Heitor Noel.
No início de novembro, o prefeito Nestor Tissot assinou uma carta compromisso comprometendo-se com as contrapropostas. Nela, segundo a assessoria da prefeitura, também está a destinação de um espaço provisório para quando as atividades do IFRS se iniciarem no município. Esse local será utilizado até que a construção da estrutura definitiva seja finalizada. A Secretaria da Educação de Gramado propôs a Escola Mosés Bezzi, no turno da noite, como espaço adequado para a instalação temporária.
Definição dos cursos
Anteriormente, o plano de implantação do campus do IFRS em Gramado foi remetido ao MEC. Nele, constam informações como as características da obra, do campus, a contrapartida da prefeitura e os eixos tecnológicos que serão oferecidos. Nesse último caso, um estudo detalhado da vocação da Região das Hortênsias foi realizado, levando em conta informações demográficas, socioeconômicas e mapeamento dos arranjos produtivos locais. Esse primeiro passo, como conta Coradini, indica áreas que podem ser contempladas:
— Nós já colocamos no plano de implantação que há uma vocação muito clara, muito bem caracterizada para a questão do turismo, da gastronomia, dos serviços, da produção cultural, da produção de eventos, porque é o que realmente dialoga com os arranjos do município.
A partir disso, passa-se para um detalhamento de quais exatamente serão os cursos oferecidos. É um momento de "refinamento", como define o pró-reitor do IFRS. O próximo passo desse plano mais detalhado é a realização de audiências públicas em Gramado para que todos os setores da comunidade possam opinar. Os encontros são organizados por servidores do próprio Instituto Federal.