O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, afirmou na manhã desta quinta-feira (25) que apresentará a proposta de suspensão das atividades não essenciais por 15 dias no Estado. Essa sugestão será dada na reunião com o governador Eduardo Leite e as associações de municípios, às 14h.
Hassen disse que essa não é uma decisão tomada pela Federação, ou seja, os prefeitos não se reuniram depois do último encontro com o governador na segunda-feira, não votaram essa posição, mas que ele, como presidente da entidade, entende que é a única forma de frear o avanço do coronavírus e vai defender essa ideia:
– Eu, enquanto presidente da Famurs, vou propor 15 dias de suspensão das atividades não essenciais para a gente retomar, entre aspas, o controle da pandemia.
Alguns prefeitos da Serra concordam com a gravidade do momento, mas têm opiniões diferentes quando questionados se defendem a adoção, de fato, das regras da bandeira preta. Lembrando que a macrorregião da Serra foi classificada como de altíssimo risco de contágio, mas pelo sistema de cogestão, adota os protocolos da bandeira vermelha, que, entre outros permite a abertura do comércio.
O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, segue defendendo a cogestão, mas diz que acolherá o que ficar determinado pelo Estado:
– Defendo a autonomia dos municípios, defendo a cogestão. Conseguimos manter alguma flexibilidade. Não podemos parar 100% da economia. Mas se vier uma decisão do Estado, obviamente vou acatar.
O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, também diz que se os demais administradores municipais decidirem por adotar a bandeira preta ele irá seguir.
– Se a decisão das associações que, quero crer, será pela bandeira preta, nós vamos seguir e mudar o decreto para valer a preta, com exigência total. O governador nem precisa dizer nada, porque todos vão concordar que é preciso adotar medidas mais drásticas – falou o prefeito, reiterando que, por ser uma cidade de economia basicamente turística, Gramado será muito impactada com isso.
O presidente da Amesne, a Associação dos Municípios da Encosta Superior Nordeste, José Carlos Breda, diz que quer ouvir a apresentação de dados pelo governador para se posicionar, mas não descarta se posicionar a favor da suspensão do sistema de cogestão, o qual defendeu na reunião da última segunda:
– Não há dúvida que a situação ficou mais crítica e tem a dificuldade de as pessoas entenderem isso. Se tiver que tomar uma medida mais dura, que não sei qual seria, se lockdown ou se ficar todos em bandeira preta, o Estado como um todo tem que decidir.