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A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) pretende investir de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões de recursos próprios para aumentar a captação de água em Nova Petrópolis até o próximo verão. Nas últimas semanas, os moradores receberam água trazida por caminhões pipa devido à queda do nível da barragem Santa Izabel, a principal fonte de abastecimento do município. Conforme o diretor de operações da Corsan, André Finamor, houve um período de 40 dias sem chuvas a partir do fim de dezembro, o que levou ao esgotamento da água na barragem.
— A barragem Santa Izabel transbordou no dia 23 de dezembro. Desde então, não choveu nos mananciais até o dia em que começamos a operação dos caminhões pipa, em 5 de fevereiro — relembra.
Para ele, não houve grande influência de barragens ilegais no arroio Santa Izabel flagradas pela fiscalização ambiental, ao contrário do que manifestaram representantes da Corsan na região. Segundo Finamor, o problema foi ocasionado pela estiagem prolongada, somada ao calor e o consequente aumento no consumo de água.
A Corsan equipou dois poços que já haviam sido perfurados na localidade de São José do Caí, onde foi necessário instalar motores para bombear a água e gerador de energia elétrica. Conforme Finamor, a partir do momento em que esses poços começaram a operar, foi possível retirar a água deles e levá-la com caminhões pipa para abastecimento da população. Nos primeiros dois dias, a água precisou ser buscada em Canela e em Gramado, onde chegou a haver protesto de moradores.
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Finamor explica que, futuramente, será instalada uma rede para levar a água dos dois poços de São José do Caí, na parte baixa de Nova Petrópolis, até a Estação de Tratamento de Água, que fica no alto, na área urbana do município. O investimento, no entanto, é grande, estimado em cerca de R$ 20 milhões, que deverão ser captados nos próximos anos pela Companhia.
Antes disso, a Corsan pretende perfurar um novo poço, mais próximo, que ficaria a cerca de um quilômetro da estação de tratamento. Para fazer a perfuração e instalar a rede que vai levar a água até a estação, o custo é estimado em até R$ 3 milhões. Finamor estima que, com esse novo poço operando, a população não dependerá do abastecimento com caminhões pipa mesmo que não chova por mais de 60 dias.
— Vamos aumentar em 30% o que produzimos hoje para o próximo verão — projeta Finamor.
Com essa nova fonte de captação, a cidade não deverá ter problemas pelos próximos quatro a seis anos. Ao longo desse tempo, deverá ser feito o investimento para trazer a água dos dois poços de São José do Caí. Num prazo maior, com o aumento da população, Finamor avalia que poderá ser necessário captar água diretamente do Rio Caí para Nova Petrópolis. Neste caso, o investimento terá de ser muito maior, já que há uma diferença de 600 metros de altitude entre o rio e a sede do município.
No início desta semana, com as chuvas que atingiram a região, a barragem Santa Izabel voltou a encher; portanto, não há perspectiva que um problema semelhante ao do início deste mês ocorra no município.