A falta de professores no quadro da Escola São Tiago, de Farroupilha, têm resultado na liberação de algumas turmas em determinados dias da semana. A medida foi adotada pelo educandário para otimizar o aproveitamento dos estudantes que vão até a escola.
As turmas mais afetadas são as da manhã, que totalizam 550 alunos e aguardam reposição na disciplina de química, e à noite, onde cerca de 380 estudantes estão sem professores de química, sociologia, filosofia e matemática. O quadro da tarde foi preenchido recentemente e áreas como a limpeza, cozinha e a secretaria também estão com falta de efetivo.
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— Indiretamente todos estão sendo afetados porque a secretaria é responsável pelo fechamento de notas, por exemplo — explica a vice-diretora do turno da manhã, Miqueli Picinin.
Outro fator que têm limitado o número de professores disponíveis na São Tiago, bem como em toda a rede, é uma restrição imposta recentemente pelo Estado diante de novas contratações. Até o ano passado, os profissionais podiam atuar em disciplinas que fossem referentes a sua área de formação. Neste ano, a orientação é que os professores sejam contratados apenas para as disciplinas nas quais possuam habilitação.
As demandas de filosofia e sociologia da escola, por exemplo, não puderam ser supridas por um professor de história que tinha interesse na vaga. Diante do contexto atual, Miqueli acredita que esta medida prejudica a reposição do quadro de efetivo.
— Estamos precisando de professor, se fossem aceitos por área, facilitaria o fechamento das cargas horárias — avalia.
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A limitação dos contratos para dezembro também têm feito com que muitos professores nem cheguem a se inscrever, segundo ela.
— O Estado demora três meses para pagar o primeiro salário e o professor vai ser demitido em dezembro, então muitos acabam nem querendo se inscrever — relata a vice-diretora.
A escola São Tiago atende 1,2 mil alunos, de praticamente todos os bairros de Farroupilha. A situação preocupa estudantes como Guilherme Dolne, 16, que está cursando o 2º ano do Ensino Médio da escola, no turno da noite.
Morador do bairro Cinquentenário, o jovem diz que está desde o início com falta de professores e que, há pelo menos três semanas, é liberado em um dia a cada semana conforme cronograma organizado pela escola.
— Estamos terminando o trimestre e não temos o fechamento das notas.