O petróleo caiu fortemente nesta quinta-feira (10), pressionado pela confirmação de que as tarifas adicionais dos Estados Unidos sobre produtos chineses já alcançam 145%, destruindo parte das esperanças de uma desaceleração na guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump.
O preço do barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em junho, caiu 3,28%, para 63,33 dólares.
Seu equivalente norte-americano, o barril de West Texas Intermediate (WTI), para entrega em maio, recuou 3,66%, para 60,07 dólares.
O petróleo, que já havia registrado queda na manhã desta quinta-feira, perdeu ainda mais valor com a abertura em baixa da bolsa de Wall Street e a assinatura, nas primeiras horas do dia, de um decreto presidencial expondo as últimas novidades da política comercial dos Estados Unidos.
Como Trump havia anunciado na véspera, a maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos está se beneficiando de um adiamento temporário das tarifas recíprocas que lhes seriam aplicadas.
De qualquer forma, desde sábado, esses países continuam sujeitos a tarifas adicionais de 10% sobre suas exportações para a maior potência mundial.
A Casa Branca decidiu concentrar seu ataque na China.
Segundo o decreto assinado nesta quinta-feira, as tarifas para produtos "made in China" serão de 145%, já que aos 125% anunciados na quarta-feira somam-se mais 20% aplicados à China no âmbito do combate ao tráfico de fentanil, um opioide sintético que causa estragos nos Estados Unidos.
Isso "significa que o comércio entre as duas maiores economias do mundo será paralisado", afirma Arne Lohmann Rasmussen, analista da Global Risk Management.
China e Estados Unidos são também os dois maiores consumidores de petróleo do mundo.
Nesse contexto, "persiste a preocupação com a demanda mundial de petróleo", aponta Ole R. Hvalbye, analista do SEB, uma vez que uma recessão econômica também se traduz em menor demanda energética.
As decisões políticas nos Estados Unidos estão tornando especialmente difícil para os investidores preverem em que níveis se situarão a oferta e a demanda de petróleo nos próximos meses.
* AFP