Os vereadores caxienses aprovaram por 14 votos a 8 a moção de apoio à mobilização dos servidores municipais de Caxias do Sul, em sessão tumultuada na tarde desta quinta-feira.
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A maioria dos vereadores da base aliada do governo Alceu Barbosa Velho (PDT), que na quarta-feira, votou contra o regime de urgência, desta vez, aprovou a moção.
A justificativa dos parlamentares é que a urgência não era justificada. O discurso gerou revolta nos servidores que vaiavam e cobravam uma posição da Câmara de Vereadores em relação a luta da categoria.
Na quarta-feira a sessão acabou antes do tempo regimental porque o presidente da Casa, vereador Flávio Cassina (PTB) invocou o artigo 102 do regimento interno que encerra a sessão em casos considerados de "tumulto grave".
O vereador Renato Nunes (PRB) ironizou a atitude dos colegas, e pediu desculpas em nome daqueles que votaram contrários ao documento. Ele ressaltou ainda que essa foi a primeira vez em que um presidente encerrou os trabalhos antes do tempo regimental.
A sessão seguiu tumultuada até que um dos manifestantes questionou se os vereadores estavam com medo, e o presidente da Casa, perdeu a linha, e respondeu no microfone: "te respondo lá fora". A sessão foi suspensa, e logo em seguida, o presidente pediu desculpas a categoria, e colocou em votação inversão de pauta a pedido da vereadora Denise Pêssoa (PT).
Os ânimos seguiram acirrados já que os vereadores não focavam na moção, e sim, em debates ideológicos. O vereador Pedro Incerti (PDT) foi um dos mais vaiados ao afirmar que as políticas públicas do governo Alceu pagam o salário dos servidores. Ele foi chamado de "pelego" pelos manifestantes que seguravam um tapete. Após diversos tumultos, a sessão foi aprovada pela maioria dos parlamentares.
A quarta-feira foi marcada por mobilizações, protestos, tumulto e encerramento da sessão da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Das 9h30 às 18h30, centenas de servidores, a maioria professores e funcionários da área de saúde, permaneceram em frente à prefeitura reivindicando avanço na pauta do funcionalismo.
A mobilização fez com que as negociações fossem retomadas, já que após mais de um mês sem diálogo, o município convocou os representantes dos servidores públicos para uma reunião no centro administrativo. O resultado de duas horas e meia de reunião foi a apresentação de uma nova proposta por parte do município. Há avanços em relação as minutas do Plano de Carreira e da reclassificação de cargos e salários, mas segundo o presidente do Sindiserv, João Dorlan, na minuta é possível perceber que o município pretende mudar o estatuto do servidor, e ele adiantou que a categoria não permitirá a perda de direitos já assegurados em lei.
A proposta do governo será apresentada aos servidores na Assembleia Geral na próxima quinta-feira, dia 20 de agosto, a partir das 19h. Os servidores também cobram segurança nos locais de trabalho, melhores condições de trabalho, e democracia na gestão do Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor (Faps) e no Instituto de Previdência e Assistência Municipal (Ipam/Saúde) por meio de participação nos conselhos.
