A convite da reportagem, a professora aposentada Ivone Milesi, 68 anos, embarcou em linhas do transporte coletivo para conferir se a educação também anda de ônibus em Caxias do Sul.
Você concorda com a proposta de lei que prevê que todos os assentos de ônibus sejam preferenciais em Caxias?
O teste identificou mais cidadãos dispostos a ceder o lugar do que pessoas indiferentes. Isso não significa, porém, que a gentileza é corriqueira. Ser cortês é exceção, constatação que levou o vereador Daniel Guerra (PRB) a propor um projeto de lei que dá a preferência de todos os assentos das linhas urbanas de Caxias para idosos, grávidas, obesos e pessoas com deficiência ou limitação temporária. Hoje, apenas seis bancos são reservados.
Ivone acompanhou a equipe em seis linhas, no horário de pico da manhã, entre as 6h30min e 8h30min, há duas semanas. Em todos os ônibus a situação se repetia: veículos lotados e bancos preferenciais ocupados em sua maioria por jovens.
Ao contrário do que se supõe, Ivone encontrou bons cidadãos. Ela esperou por no máximo dois minutos em pé dentro do ônibus.
- A gente observa que é raro os jovens cederem os lugares para os idosos. Hoje tive sorte porque achamos pessoas muito educadas - avalia Ivone.
No primeiro passeio, a junção de pessoas antes da catraca dificultou a visualização de um banco vago ao lado da cobradora. Atenta, a funcionária indicou o assento livre. Nos trajetos seguintes, a idosa foi facilmente percebida pelos passageiros. Em apenas um caso o assento não foi cedido por educação: uma mulher só levantou porque iria desembarcar.
Os passageiros que se mostraram preocupados com o bem estar de Ivone só foram informados de que se tratava de um teste posteriormente.
A reportagem percorreu outras quatro linhas, no horário de pico da noite, desta vez sem a companhia de um idoso. Nestas linhas, havia poucos idosos e os assentos preferenciais estavam livres, cenário considerado atípico.
