Acompanhada pela equipe de reportagem, que testava a boa educação dentro do transporte coletivo urbano de Caxias do Sul, a professora aposentada Ivone Milesi, 68 anos, imaginava que teria dificuldade em encontrar banco vago. Mas foi surpreendida pela educação de alguns passageiros que não sabiam que estavam sendo monitorados.
OPINE: Você concorda com a proposta de lei que prevê que todos os assentos de ônibus sejam preferenciais em Caxias?
Na primeira viagem, ela embarcou em uma linha lotada e procurou um banco nos fundos do veículo. Durante o trajeto, foi ignorada por muitos passageiros, menos pela estudante Caroline Noronha de Lima, 16. A jovem também esperava por um lugar. Quando um assento ficou livre em sua frente, ela não titubeou e sinalizou para que Ivone o ocupasse.
- O ônibus anda rápido e têm idosos que não conseguem se segurar. A gente tem mais força, por isso, é normal eu dar lugar para eles - justifica a jovem.
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Finalmente, apesar de não conseguir um banco preferencial, depois de alguns minutos a idosa conseguiu sentar.
- Nós temos que sempre respeitar os mais velhos. Às vezes, as pessoas ignoram as coisas e não acho isso legal - finaliza Caroline.
No ônibus seguinte, sentada em um dos assentos não preferenciais do veículo, a estudante Luiza Valandro dos Santos, 17, estava distraída com fones de ouvido. Mas assim que viu Ivone de pé, levantou e ofereceu o banco.
- Dei lugar porque ela é idosa e quando vejo pessoas com dificuldade costumo ceder o lugar também - explicou a jovem.
Questionada se sua atitude é comum entre os jovens, Luiza é enfática:
- Observo que geralmente o cobrador precisa pedir para as pessoas levantarem e dar o lugar.
Em outras duas linhas testadas no horário de pico da manhã, Loredi Antunes de Souza, 50, e Ivanildo de Barros, 38, também cederam o lugar à idosa.