Prefeitura retira projeto de lei que autorizava construções na beira do Lago São Bernardo, em São Francisco de Paula

O projeto de lei que previa autorização para construções na beira do Lago São Bernardo, cartão postal de São Francisco de Paula, foi retirado pela prefeitura momentos antes de ser votado pela Câmara de Vereadores na segunda-feira.

O projeto regraria a construção de prédios e espaços com finalidade turística ao redor do lago. Segundo o presidente da Câmara, Itamar de Leon (PDT), a prefeitura cedeu à pressão popular: na última quinta-feira,  cerca de 700 pessoas compareceram à audiência pública organizada pela Câmara e participaram de uma votação simbólica acerca do projeto. A votação resultou em 500 manifestações contrárias à permissão para construir no lago e 70 favoráveis.

O prefeito de São Francisco de Paula, Antônio Juarez Hampel Schlichting (PTB) afirma que o poder público optou por retirar o projeto a pedido de investidores e da própria comunidade.

A intenção é esclarecer a expressão 'similares' que é usada no projeto de lei: 'Serão admitidas, no entorno do Lago, construções e obras realizadas pela Administração Pública, sendo também admitidas, por particulares, construções e obras com finalidades turísticas de no mínimo 300 metros quadrados de área construída, tais como hotéis, pousadas, áreas de lazer, restaurantes e similares'.

- Quero regrar bem o que são 'similares' e explicar que podem ser cafés coloniais, churrascarias, estabelecimentos que não temos em São Chico. Vamos mostrar para o povo que serão investimentos pesados - defende o prefeito.

Além disso, Schlichting quer mais tempo para apresentar à comunidade o projeto e convencê-la dos benefícios que, segundo ele, os investidores aplicarão na cidade.

Empresários estariam dispostos a construir empreendimentos com investimentos superiores a R$ 40 milhões, de acordo com o prefeito.

- Só quem vai perder com a proibição de construir ao redor do Lago é São Chico. Nós preservaríamos mais de 70% da área, é uso extremamente racional.

O novo projeto elaborado deverá ser apresentado à Câmara de Vereadores somente no próximo ano.