O antigo Mercado Castilhos, prédio público abandonado há oito anos no loteamento Aeroporto, bairro Esplanada, se tornará, até o final deste ano, um Centro de Convivência e Centro-Dia para idosos, sob coordenação da Legião Franciscana de Auxílio aos Necessitados (Lefan). Até agosto, abrigará também uma unidade da Secretaria Municipal de Obras, que já está melhorando a estrutura do prédio, antes usado como ponto de uso de drogas e de prostituição.
A unidade da Lefan vai funcionar no mesmo formato do Centro de Convivência e Centro-Dia Capuchinhos, que atende na região do bairro São Caetano. Serão cerca de 30 vagas para a categoria centro-dia, que permite aos idosos passarem o dia, e aproximadamente 80 na modalidade convivência, quando frequentam a casa somente à tarde. Para sair do papel, no entanto, o projeto precisa de "apadrinhamento" de pessoas, entidades e empresas.
_ Nossa primeira vitória foi ter conseguido o espaço e o projeto arquitetônico, feito por dois profissionais de forma voluntária. A partir de agora vamos atrás de doações, faremos ações e eventos para angariar fundo e ver isso se tornar realidade até o final deste ano _ destaca a coordenadora da Lefan, Maureen Bagattini.
_ Não será mais um espaço de destruição da vida, onde drogados se encontravam todo o dia. O local se tornará um cartão de visitas para o bairro _ acrescenta Frei Jaime Betega, um dos idealizadores do projeto.
É urgente para a cidade a abertura deste centro de convivência e centro-dia da Lefan. Há uma carência na rede de atendimento ao idoso no que se refere a casas-lares e, principalmente, centros-dias. Esses últimos são mais importantes porque realizam um trabalho de prevenção, buscando evitar o abrigamento em asilos.
_ A demanda é maior do que a oferta, por isso trabalhamos forte a prevenção. O abrigamento é visto como último estágio. Os idosos que participam das atividades semanais nas comunidades interagem melhor com a a própria família, voltam mais saudáveis para casa após as atividades do centro-dia _ diz a presidente da Fundação de Assistência Social (FAS) de Caxias, Marlês Stela Sebben Andreazza.
No Cadastro Único da FAS há registrados 8257 idosos a partir de 60 anos e 5685 a partir de 65 anos. Geralmente, são pessoas em situação de risco, violência familiar ou vulnerabilidade social. Eles são distribuídos, na medida do possível, em instituições como a Lefan, Associação Caxiense de Auxílio aos Necessitados (Scan), Lar da Velhice São Francisco de Assis e em mais quatros lares de idosos que trabalham em parceria com a prefeitura. A FAS não tem registro de quantos idosos estão na fila de espera para serem atendidos nessas instituições.
_ Há muita gente atrás de vagas para abrigamento, mas é bom deixar claro que essas vagas são preferencialmente para quem está em situação de vulnerabilidade social ou quem não tem familiar _ observa Marlês.
