Para enfrentar os dias congelantes do inverno serrano, um grupo de 27 senegaleses que vive desde abril em Caxias do Sul está contando com o calor humano dos brasileiros. Os migrantes estão abrigados em um espaço cedido na antiga Metalúrgica Gazola, no bairro Petrópolis. Muito deles, conforme a Clébia Casagrande Trajano, diretora da Gazola, chegaram à cidade descalços e usando pouquíssimas roupas em um período de muito frio. No Senegal, a temperatura mínima gira em torno dos 18ºC.
Sensibilizados, a Gazola e a empresa Sular Móveis acolheram os migrantes em um alojamento. Também lhes forneceram roupas quentes, calçados e cobertores para suportar os dias congelantes. O espaço conta ainda com chuveiro quente e cozinha. As empresas também ajudam fornecendo pão e carne. Vez em quando voluntários levam viandas com comida, que é dividida democraticamente entre todos.
Pelo menos quatro senegaleses trabalham nas empresas e outros quatro foram encaminhados para a filial no Paraná.
Na terça-feira à noite, quando a temperatura em Caxias girava em torno dos 2ºC, quase todos cobriam a cabeça com toucas ou casacos e tinham lenços ou mantas ao redor do pescoço. Para suportar o frio da madrugada, muitos dormem usando com as roupas do dia-a-dia.
- Está bem difícil essa frio, mas agradecemos muito a ajuda que estão nos dando - garantiu Omar Fall, 31 anos, que já está com a documentação regularizada e está à procura de emprego.
Hoje, calcula-se que haja em torno de 430 migrantes senegaleses em Caxias do Sul.