
O Secretário Municipal do Esporte e Lazer de Caxias do Sul, Olmir Cadore, confirmou o corte de cerca de R$ 800 mil para os projetos que haviam sido aprovados no Fiesporte deste ano. A justificativa é de que o município passa por dificuldades financeiras e solicitou uma redução da verba para investir em outras áreas.
— Nos últimos 15 dias, estivemos em frequentes reuniões com o Milton Balbinot (secretário municipal de Gestão Estratégica e Finanças), com o prefeito Adiló e o chefe da Casa Civil, o Roneide Dornelles, e a justificativa é de que não há recursos suficientes no município. Infelizmente, não será liberado mais o valor previsto de R$ 5,4 milhões ao Fiesporte, que já seria um valor expressivo, um programa que tem dado resultados — afirmou Cadore.
A lista inicial de contemplados com o fundo foi divulgada em 7 de março. Porém, no último dia 19, as entidades receberam um documento de retificação dos beneficiados por conta do valor disponibilizado, sem maiores explicações. O secretário da SMEL confirmou o novo valor destinado aos projetos de 2025 e disse para onde vão os R$ 800 mil cortados do Fiesporte:
— Tivemos conversas permanentes com todos os setores da prefeitura, com o financeiro, e não conseguimos. Serão cerca de R$ 800 mil a menos. E o argumento é de que esse dinheiro seja direcionando à saúde e a outros setores. A informação é de que os valores destinados agora serão de R$ 4,5 milhões. O que o secretário Milton nos passou é que o município passa por dificuldades financeiras. E infelizmente, o esporte foi sacrificado diante da dificuldade de investir.
Uma reunião envolvendo integrantes do governo municipal e das entidades que acabaram perdendo recursos foi realizada na última quinta-feira. Após algumas sugestões, a expectativa é de que um novo posicionamento seja apresentado até a segunda-feira (24).
— Alguns projetos vão ser cortados, mas estamos à disposição para ouvir essas entidades para que daqui a pouco se encontre uma alternativa com o Pró-Esporte, do Estado, ou até mesmo um financiamento federal, para que venham verbas e possamos organizar e ajudar essas entidades — disse Cadore.
ENTIDADES BUSCAM RESPOSTAS
O corte de mais de R$ 800 mil da verba destinada ao Fiesporte fez os mais prejudicados pela medida se unirem e organizarem a reunião na prefeitura. O encontro teve as presenças da presidente do Conselho Municipal do Desporto, Ana Cláudia de Castro Schein, do secretário municipal de Esporte e Lazer, Olmir Cadore, do chefe da Casa Civil, Roneide Dornelles, do representante do Fiesporte na SMEL, Rafael Brasa, além da vereadora Rose Frigeri (PT) e de representantes da União das Associações de Bairros (UAB), da Apafut, da canoagem, do rúgbi, da liga de bocha e de outras modalidades que se sentiram prejudicadas.
Thomas Veleda, presidente da Apafut, foi taxativo sobre o corte anunciado pelo Fiesporte neste ano. A equipe, que disputa a Terceirona Gaúcha no profissional e competições de base no Estado, tinha aprovado o projeto de pouco mais de R$ 119 mil.
— Bem complicado pelo planejamento que fizemos desde a base. O corte acaba inviabilizando todo o departamento profissional da Apafut. Temos um projeto de forma sólida, consolidado. Este corte de "sopetão" é inaceitável e vamos pleitear para que ele não aconteça. Acreditamos que ainda pode mudar — reiterou o presidente.

Já Murray Lizott, do Serra Gaúcha Rugby Clube, revelou que no encontro foi sugerido à prefeitura municipal uma ideia que pode ser benéfica para todos os lados.
— Na reunião, a gente sugeriu uma utilização da verba do mês de março dos projetos sistemáticos que não vão acontecer. Não se pode usar a verba retroativa, como uma compensação, do tipo: querem cortar R$ 800 mil, mas a gente teria que devolver obrigatoriamente uns R$ 600 mil, numa conta rápida assim. Ficou essa sugestão e eles ficaram de dar uma resposta final na segunda-feira (25) — revelou Murray, que comentou os prejuízos que a equipe de rúgbi teria sem a verba total:
— É um atraso e descaso com o esporte. Teríamos corte de treinador, de viagens. São famílias que dependem de trabalho. Hoje temos vaga garantida na Primeira Divisão, e isso impactaria no projeto, seria um rombo gigante.
No caso do rúgbi, o valor total do projeto era de pouco mais de R$ 252 mil. Outras entidades que receberiam valores mais expressivos e foram cortadas são a Associação Caxiense de Esportes Náuticos (R$ 82,4 mil), a Escolinha de Futsal Mampituba (R$ 64,6 mil) e a Associação Esportiva Cruz de Malta Futsal - Vasco da Gama (R$ 71,3 mil).
No total, 24 projetos serão afetados com o não recebimento das verbas do Fiesporte.
EM NÚMEROS
:: Projetos por categoria:
48 Atletas Individuais
18 eventos
28 Rendimento
10 Alto Rendimento
23 Educacionais
127 Projetos Total
:: Corte de verba: R$ 804.173,66
:: Valor inicial garantido:
R$ 5.360.000,00
:: Valor total disponibilizado:
R$ 4.550.000,00