
A Educafro Brasil, organização da sociedade civil reconhecida pela OEA, entrou com uma ação civil pública contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), alegando omissão e conivência das entidades na repressão a atos de racismo no futebol brasileiro e sul-americano.
A ação se baseia em diversos casos de racismo, incluindo o recente episódio envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras, que foi vítima de injúria racial durante a Copa Libertadores Sub-20.
Além disso, a entidade critica uma declaração considerada racista do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.
A organização acusa a CBF e a Conmebol de aplicarem punições brandas e de não adotarem medidas eficazes para prevenir e reprimir atos racistas. A ação também cobra um posicionamento mais ativo dos patrocinadores da CBF.
— Não podemos tolerar que o racismo continue a manchar o futebol brasileiro e sul-americano — disse Sandro Luís Silva Santos, coordenador jurídico da Educafro Brasil.
Conforme Frei David Santos , diretor executivo da Educafro, a CBF tem sido omissa na qualificação do combate antirracista.
— Entendemos que todas as entidades de cada país filiado são corresponsáveis pelos acertos ou erros da Conmebol. Como o racismo tem acontecido de forma recorrente e sistemática contra o futebol brasileiro, estamos convictos de que a CBF é responsável e deve assumir sua culpa na reparação do dano — comentou.
Através da ação civil, a Educafro busca indenização de 20% do faturamento bruto anual dessas entidades, correspondente a R$ 750 milhões por danos morais coletivo causados contra a comunidade afro-brasileira, a ser destinada ao fundo de reconstituição dos bens lesados, além de exigir que a Conmebol defina um representante legal no Brasil.
Zero Hora contatou CBF e Conmebol para saber se as confederações foram notificadas sobre a ação. No entanto, não obteve uma resposta até a publicação da matéria.