A torcida escolheu bares tradicionais de Caxias do Sul para acompanhar a disputa do Brasil por uma vaga à semifinal da Copa do Mundo do Catar. Enquanto os restaurantes da região central da cidade registravam uma baixa procura, em dois locais, cerca de 600 torcedores vibraram, se emocionaram e, ao final da disputa por pênaltis, se decepcionaram com a eliminação brasileira diante da Croácia.
A festa começou pouco antes do meio-dia para os 220 torcedores que foram ao Maria da Toca, na avenida Júlio de Castilhos. Por lá, o cardápio foi alterado para que o público fosse atendido rapidamente.
— Tiramos à la minuta e as pizzas, que demoram um pouco mais para ficarem prontas, e colocamos no cardápio apenas lanches, para que todos fossem atendidos sem atraso e pudessem acompanhar o jogo do Brasil à vontade — destacou o proprietário.
No local, o clima foi especial para alguns funcionários.
— O momento para nós é de confraternização. Diferente de lá no Catar, onde o jogo tá bem acirrado - destacou a cobradora Cintia Silva.
Na medida em que o tempo passava, o torcedor começou a ficar apreensivo, mas esperançoso pelo resultado.
— Pena o Brasil não ter feito o gol ainda, mas vai fazer porque o cardápio exige vitória hoje —apontou a síndica Ana Paula da Rosa.
No Bar do Luizinho, no bairro Santa Lúcia, 400 pessoas acompanharam o jogo do Brasil. Com o gol de Neymar, muita comemoração, mas o empate da Croácia no final da prorrogação deixou os torcedores tensos. A cada cobrança de pênalti, a esperança pelo hexa brasileiro foi aos poucos indo embora. A festa que era para acabar às 20h, terminou com o chute de Marquinhos batendo na trave e adiando em mais quatro anos o sonho pelo hexa.
— O Brasil podia ter sido mais agressivo, não pode jogar de igual pra igual com a Croácia, com as peças que temos na frente. Temos jogadores atuando em grandes times da Europa, não dá pra aceitar este tipo de derrota — desabafou o supervisor de logística Vinicius Fernandes.
O bancário Giordano Bruno Vasquez esperava um desempenho maior dos comandados de Tite, mas acredita na evolução de alguns atletas que podem jogar a próxima Copa do Mundo.
—Era muita esperança. Uma geração que a gente acreditava muito, mas a decisão nos pênaltis é assim. Deixamos de matar o jogo, tivemos algumas oportunidades de ataque e agora é se preparar para a próxima Copa, porque essa gurizada tem bastante tempo pra jogar ainda.