O Juventude é um clube formador e essa alcunha não é de hoje. Em 1994, o Verdão conquistou o acesso para a elite do futebol brasileiro e o título da Série B. No elenco, vários jogadores formados no clube: os goleiros Márcio e Humberto; os laterais Itaqui, Edson Kaspary e Ericson; os zagueiros Paulo Marcelo e Baggio, o volante Lauro e o atacante Jardel. O goleiro titular da conquista era Marcelo Isoton, que iniciou na base do clube em 1988 até chegar ao profissional e se tornar peça importante na história do clube.
O ex-goleiro, atualmente com 50 anos, é natural de Porto Alegre, mas mora em Caxias do Sul. Isoton foi o convidado da oitava edição do Paixão Ca-Ju Podcast e contou sobre sua trajetória no clube, e um pouco sobre sua vida.
— Meus pais são do interior de Flores da Cunha. Durante uma época, eles se mudaram para Porto Alegre durante 10 anos. Quando eles retornaram para a Serra, estava com 6 ou 7 anos. Aqui estou até hoje. Em 1988, teve em Flores da Cunha o primeiro campeonato de juniores, hoje sub-20. O pessoal do Mato Perso, terra natal do meu pai, montou um time. Eu joguei nesse time e foi a minha primeira competição. Saímos campeões e fui bem. Recebi o convite para fazer um teste no Juventude — lembrou Isoton.
Durante as primeiras temporadas no Ju, fez parte das categorias de base no juvenil e nos juniores. Ali teve o crescimento na carreira. Inclusive, em 1991, uma experiência marcante de viajar para a Itália. A primeira viagem internacional e com o clube que abriu as portas para ele.
— A gente jamais imaginaria viajar, e com a base. Foi maravilhoso. Conhecemos vários lugares e fizemos jogos amistosos. Tudo organizado pelo Dunga (ex-jogador) e a Federação Gaúcha. No final da viagem, fomos presentados pelo Dunga, que era patrocinado pela Lotto, com vários materiais — recordou.
Em 1994, aos 23 anos, Marcelo Isoton assumiu a titularidade da equipe principal comandada pelo técnico Heron Ferreira, na campanha do acesso e do título da Série B. Esse foi o primeiro título nacional do Juventude e abriu as portas para as temporadas de ouro na Série A. O ex-goleiro foi o único atleta a disputar todas as 20 partidas da segunda divisão naquela oportunidade.
— É marcante. Essa informação, na época, eu não levava em consideração. Nem sabia. Há alguns anos que eu realmente confirmei. É marcante e ilustra a história — afirmou Isoton.
