É o seguinte: tudo bem que o Inter eliminou o Novo Hamburgo fora de casa, agora vai pegar o Ypiranga no Beira-Rio no sábado e, muito provavelmente, decidirá com o Grêmio o segundo turno.
Mas com todo o respeito do mundo ao organizado time do técnico Gilmar Iser, o Inter não pode precisar de heroísmo para vencer o Novo Hamburgo em hipótese alguma.
Menos ainda em ano de Libertadores. E nos pênaltis, ainda por cima.
É caso de investigação. Como pode um time cair tanto de produção no segundo tempo em todos os jogos como o Inter do técnico Jorge Fossati?
Aconteceu ontem no Estádio do Vale, contra o Novo Hamburgo. De novo. Depois de um primeiro tempo promissor, talvez um dos melhores da temporada, com direito a virada e golaço de Walter, um fiasco na volta do intervalo.
Ou é preparação física deficiente ou Jorge Fossati desarruma tudo no vestiário. É hora de chamar o Ministério Público para investigar. O time desaba de produção no segundo tempo, em fôlego e técnica, com erros de passe bisonhos e açodamento geral.
Os zagueiros desatam a chegar com atraso em todos os lances, cometendo faltas em demasia. Apelam para chutões. Erram o tempo da bola, como Bolívar, duas vezes. O meio-campo não marca e oferece espaços. Só se vê gente vermelho correndo atrás de alguém.
Só duas boas notícias para o Inter emergiram do Estádio do Vale. A primeira: o ataque funcionou. Alecsandro (duas vezes) e Walter marcaram os gols. A segunda: o chute de fora da área está ressuscitado no Beira-Rio.
O gol de Walter é espetacular - ao contrário de Wilson Mathias, que entrou no segundo tempo no lugar de Giuliano. Antes da vitória sobre o Cerro, escrevi que ele talvez desse ao Inter a invenção, o imponderado, um pouco do politicamente incorreto, um tanto de maluquice. O Inter andava óbvio demais, burocrático demais.
O golaço de fora da área é um pouco isso. Quem arriscaria um chute daquela distância, antes de Walter? Alecsandro tentou e se deu bem. Mas o fez depois de Walter mostrar o caminho do risco.
Depois do jogo com o Cerro, lembrei que faltava ao centroavante acertar os torpedos corriqueiros da seleção sub-20. Ontem, ele acertou. Walter não é um fenômeno. Mas ele tenta, arrisca, se expõe, opta pelo diferente. Cansou no segundo tempo e deu lugar a Taison, mas é titular absoluto.
Mas a questão central é o segundo tempo. É caso de CPI a queda de produção do Inter na volta do intervalo.
Esportes
Segundo tempo do Inter é caso de CPI
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