Até agora, nos microfones, só elegância e afagos. Todos pareciam lordes ingleses antes de deixar o castelo para a caçada que precede o chá das cinco.
Mas hoje vai esquentar a eleição para a presidência do Clube dos 13 entre Fábio Koff e Kléber Leite.
No escritório paulista da entidade - a sede é em Porto Alegre, ali na Avenida Mostardeiro -, comandada pelo gaúcho há cinco mandatos, uma reunião fechada ratificará a antecipação da hora do voto.
Em vez de novembro, tudo será decidido no dia 12 de abril, com voto aberto. De oito meses, a campanha passou para uma semana, a rigor.
O edital de convocação da assembléia extraordinária já está no site do Clube dos 13. Nada de voto secreto, como chegou a circular na guerra de versões.
A bomba virá logo a seguir da reunião. Koff romperá o silêncio. Promete ir ao ataque. Seus aliados passaram o dia estudando, em São Paulo, a possibilidade de denunciar tentativas de aliciamento por parte da oposição em entrevista coletiva. É o que deverá ocorrer hoje.
A campanha relâmpago favorece Koff, pois diminui o tempo de ação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, principal cabo eleitoral do ex-mandachuva do Flamengo.
Alguns exemplos dos instrumentos variados que uma entidade como a CBF dispõe na luta por votos no colégio eleitoral de 20 clubes votantes. O São Paulo, aliado de Koff, estaria sendo pressionado a mudar de lado como condição para o Morumbi sediar a abertura da Copa de 2014.
O Flamengo, cuja presidenta Patrícia Amorim faz parte da chapa de Koff, pode ganhar como afago a oficialização do título brasileiro de 1987, negado pela CBF justamente por ser fruto da Copa União, embrião do Clube dos 13.
O hexa carioca ganharia chancela irrevogável, para desespero do Sport. E do São Paulo, que se proclama o único com seis taças. Fala-se, também, no perdão de uma dívida antiga de R$ 20 milhões do Flamengo com a CBF.
A candidatura de Kleber Leite chama de golpe a antecipação da eleição. Acusa pouco tempo para debater ideias como o reforço na relação com a Conmebol de modo a aumentar as cotas dos brasileiros na Libertadores, hoje de apenas US$ 15 mil.
Também fala em criar uma Liga para organizar o Brasileirão, incluindo até as escalas de arbitragem. Kleber promete não retaliar Inter e Grêmio caso vença, já que os dois apoiam Koff.
O novo presidente terá como primeira missão renegociar os direitos de TV do Brasileirão. O contrato atual, com duração de três anos, é de R$ 600 milhões e se encerra este ano. Fala-se em renovação em torno de R$ 1 bilhão. A Copa de 2014 no Brasil vem aí, com investimentos fartos. Não é pouco o que está em jogo.
Por isso o clima vai esquentar, a partir de hoje.
Esportes
Koff parte para o ataque na eleição do Clube dos 13
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