Os sistemas drive-thru e pegue e leve não impediram a queda expressiva nas vendas do comércio de Caxias do Sul. Os sistemas estão permitidos desde a última semana para o comércio não essencial durante a bandeira vermelha do distanciamento controlado.
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Comerciantes consultados pela reportagem na manhã deste sábado (18), relatam que a semana está terminando com índice de 50% ou menos nas vendas na comparação com o que estava previsto. É o caso de uma loja de bijuterias da Avenida Júlio de Castilhos, no Centro. Conforme a atendente Luana de Souza, 19 anos, embora a permissão de funcionamento traga algum alento, as vendas atingiram a metade do normal porque os clientes ficam impedidos de analisar os produtos antes de comprar. Assim como a maioria dos estabelecimentos do Centro, a loja segue todas as normas previstas no protocolo de bandeira vermelha, oferecendo apenas o atendimento na porta.
— Muitas vezes as pessoas olham alguma coisa dentro da loja e resolvem comprar, o que acaba aumentando o valor da venda. O ruim é ficar nessa semana com essa expectativa. Chega o fim de semana e só aí sabemos se vamos trabalhar. Temos que mudar toda a programação — relata.
Mesmo sofrendo as consequências econômicas da pandemia, a atendente reconhece que a paralisação das atividades poderia acelerar o fim da pandemia. Ela observa ainda que boa parte da população, e também alguns estabelecimentos comerciais, não cumpre as regras básicas. Clientes da loja, por exemplo, já pediram para entrar às escondidas, o que foi negado.
— As pessoas não entendem, não estão vendo como perigo real. Se fosse para fechar, que fosse umas duas semanas no fim do mês, quando as vendas são fracas, para dar uma melhorada. O comércio, mesmo estando assim, é o que leva as pessoas para o centro — observa.
Em outra loja da Júlio, que trabalha com pijamas e lingerie, o sistema pegue e leve e drive-thru fez com que as vendas ficassem abaixo da metade do normal. Os protocolos são seguidos à risca, com uma placa na porta orientando que se aguarde o atendimento.
— A maioria dos produtos não tem como mostrar. Se ficar bandeira vermelha acredito que semana que vem irá piorar (as vendas). Tem dias que vendemos R$ 300 quando o normal seria R$ 3 mil. As pessoas perguntam por que não podem entrar e provar, se a rua está movimentada — afirma a gerente Graciela Valença, 39 anos.
Nesta sexta-feira (17) o governo do Estado anunciou a manutenção da bandeira vermelha para a próxima semana na Serra. Os municípios podem encaminhar recursos até a manhã deste domingo (19) e o anúncio definitivo ocorre na segunda-feira (20).