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Com baixa de Argentina como parceiro comercial, setores econômicos da Serra prospectam novo modelo no mercado externo
Eleita a maior exportadora de vinhos do Brasil, empresa de Flores da Cunha cresceu 200% no mercado externo nos últimos anos
Uma das principais referências de exportações de Caxias do Sul, a Fras-le também sentiu efeitos da instabilidade econômica em países da América Latina nos últimos anos, porém, menos do que outras empresas. Para 2020, a empresa já projeta um ano de expectativas contidas e com prováveis impactos negativos ainda maiores do que em 2019.
— Teremos um 2020 com impacto mais acentuado nesses mercados externos. Sabemos que a economia norte-americana vai continuar crescendo, mas numa taxa menor. De forma análoga, a Europa também está vivendo momento menos otimista. A economia chinesa ainda está com taxa de crescimento elevada, mas com redução em relação aos anos anteriores — acredita Sérgio Carvalho, diretor-presidente da Fras-le.
Na América Latina, o executivo também ressalta cautela:
— A Argentina é um grande mercado para nós, mas continua em recessão, assim como a Venezuela. Outros países que não estão, mas têm suas economias impactadas por situações instáveis político-sociais, caso do Chile, Equador, Peru, Bolívia. O cenário mundial neste ano que entra é um pouco menos favorável, não que seja ruim, mas deve ser mais difícil para crescermos nesses países por essas razões todas.
A Argentina continua sendo o principal destino das exportações da Fras-le, que tem ainda a América do Norte, Europa, China e Índia como principais mercados atualmente.
— A Argentina apresenta ainda bons resultados para nós. Lá temos um mercado de reposição forte. Embora a economia continue ruim, é possível postergar a troca de pastilha de freio de um automóvel em alguns meses, mas não um ano, pois trata-se de manutenção. É inevitável. Por isso, esse mercado em específico vai continuar forte. Diferente de quem produz para mercado de montadora, em que, se a economia piora, o cliente decide se compra ou não. Já peças de reposição podem atrasar, mas precisa comprar. O nosso modelo de negócio tem essa robustez, mesmo tendo dificuldade, atuamos em segmentos que permitem uma continuidade — explica Carvalho.
Garantia em cenários diversos
A robustez é justamente a grande vantagem da Fras-le, reitera o diretor-presidente da empresa.
— Temos um modelo em que aproximadamente 50% da nossa receita se refere a mercado doméstico de montadoras, produção de veículos novos, 25% de reposição de mercado doméstico e 25% de receita fora do Brasil ou exportações. Nós gostamos desse modelo porque, se a economia doméstica vai bem, esses 50% vão bem. Se não vai bem, você não vai comprar veículos novos com tanta frequência, mas vai fazer mais manutenção, por isso a reposição cresce — destaca Sérgio Carvalho.
Atualmente, a Fras-le vende para 126 países.