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Uma das sacadas da atual administração da Magnabosco talvez tenha sido a aceleração do processo de reformulação da loja, mantendo os fortes laços com a história da comunidade.
Os autores dos livros Feitas para durar e Feitas para vencer, James Collins e Jerry Porras, afirmam que é imprescindível que a empresa siga valores essenciais e tenha uma noção de propósito que vá além de simplesmente gerar ganho econômico. “Agregar valor ao que é ofertado aos clientes, fazendo com que os benefícios excedam os custos é a melhor forma de manter-se no mercado”.
A família, desde sempre, foi o foco da Magnabosco. E continua sendo, só que com outro conceito. A modernidade é percebida em cada recanto dos três andares que ocupam o empreendimento. Logo na entrada, é possível visualizar que o antigo armazém conseguiu se reinventar. Continua tendo oito departamentos, mas em novo layout.
Predomina o conceito store in store, ou seja, pequenas lojas dentro da loja. Grandes marcas ocupam espaços individuais e cada uma conta a sua história. As propostas se complementam. O atual administrador, Pedro Sehbe, garante que isso é parte da estratégia.
– Trabalho com o que acredito, que é o foco na qualidade, com uma curadoria apurada de marcas que ajudam a contar histórias. Não misturamos coleções, pois cada uma tem uma inspiração – explica Sehbe.
A curadoria presta informações importantes sobre moda aos clientes. Um book de fotos antecipa as tendências das quatro estações do ano e são apresentadas por uma consultora de moda estrategicamente localizada no centro do departamento feminino.
– As empresas centenárias não se acomodam, não aceitam permanecer em zonas de conforto, buscam inovar – destaca a coordenadora do curso de Ciências Econômicas da UCS e professora de Economia, Jacqueline Corá.
Acompanhando a trajetória da Magnabosco, informa Jacqueline, fica evidente essa prática. Das origens, a loja continua carregando o conceito de atrair toda a família oferecendo produtos para toda a casa e aos que moram nela. Mas o moderno chega ao lado adequando-se às mudanças que impõem novos padrões ao mercado.
Como será a Magnabosco daqui a 30 anos?
– Mais eficiente e ainda mais sólida – garante Sehbe.