Fernando Torquatto é uma espécie de mago da beleza: sabe maquiar, fotografar e encoraja as pessoas a buscar o belo – não o belo universal, mas uma versão particular da beleza. Na semana passada, ele esteve em Gramado, para o evento Mulher: Construção da Nossa Identidade. Lá, ele ministrou a palestra O Criador e a Cientista, ao lado da doutora em Imagem e Identidade de Pessoas Charlene Dalbosco, e concedeu uma entrevista ao Almanaque. Confira os principais trechos.
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Almanaque: Em que consiste o projeto O Criador e a Cientista?
Fernando Torquatto: Esse projeto tem como objetivo principal aproximar a visão científica às pessoas e ao mercado profissional. Com um enfoque prático e metodológico, abordam-se conceitos como autoestima, identidade e imagem, ampliando o entendimento sobre o que é belo. Ele traz o meu conhecimento no mercado de beleza e imagem agregado à uma abordagem científica e acadêmica da doutora em Imagem e Identidade de Pessoas Charlene Dalbosco. Esse projeto será expandido, transformando-se inclusive em um livro que será divulgado em todo o Brasil e fora dele.
O que é o belo?
O belo está além do ser "esteticamente agradável", como descrito na definição do termo beleza. O belo está intimamente relacionado com a consciência do seu próprio valor. Um dos segredos de beleza é a importância das pessoas respeitarem a sua essência, entendendo que o movimento deve ser feito de dentro para fora.
Qual a relação entre beleza, autoestima e consciência?
Beleza e autoestima estão intimamente relacionadas com a consciência do saber se apreciar. As pessoas devem conhecer e respeitar a sua identidade. A finalidade é valorizar a individualidade, refletindo a identidade, que é como o DNA da pessoa. Ninguém é igual e esse é o fundamento da autoconfiança e da atitude que os outros vão gerar sobre você.
Qual é o limiar que existe entre o belo, o estilo e o padrão?
Nossas definições de beleza, de estilo e de padrões estão muito relacionadas com o meio no qual estamos inseridos. Somos reflexos da sociedade em que vivemos. Como a Charlene Dalbosco sempre ressalta em suas investigações científicas, as pessoas constroem sua autoimagem baseadas na imagem das pessoas com as quais elas convivem e também nas informações que elas absorvem, como a influência das mídias, por exemplo. Um exemplo mais prático de como o meio reflete nos padrões que seguimos, nos anos 40, a atriz hollywoodiana Veronica Lake era conhecida pelos belos cabelos loiros, ondulados, que emolduravam o seu rosto, caindo sobre um dos seus olhos. Nesse período, várias mulheres da sociedade americana, sobretudo as operárias das fábricas, começaram imitar o penteado. Só que elas começaram a perder os dedos nas fábricas. Foi necessário que o presidente dos EUA pedisse para que a atriz mudasse o seu penteado para diminuir a quantidade de acidentes nas fábricas. Nossa intenção nesse momento é questionar e inspirar que cada um escreva a sua própria história de beleza, dando essência a sua imagem e dando vida a sua própria moda.
O que a maquiagem pode fazer pela beleza?
A maquiagem é uma ferramenta muito poderosa que ajuda ressaltar a beleza de cada pessoa. Os brasileiros têm mudado a sua relação com os produtos de beleza. As mulheres estão se cuidando mais. A maquiagem, inclusive, tornou-se muito importante na própria formação da identidade da mulher no mundo. Assim, devemos destacar novamente a importância do autoconhecimento. Quanto melhor a gente se conhecer, melhor saberemos demonstrar a nossa essência. Como destaca o filósofo grego Epiteto, "conheça primeiro quem você é, depois adorne-se de acordo".
Qual o seu melhor conselho de beleza?
Descubra quem você é, resgatando e descobrindo quem você ainda não conseguiu ser verdadeiramente.
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