Bom Dia! Amanhece o dia mais silencioso da humanidade... Um inocente foi pregado na cruz... Por uns instantes, a escuridão ofuscou a luminosidade... Uma dor sem fim tomou conta do coração da humanidade... Ainda bem que a última palavra sempre é da vida... O aparentemente fracassado tornou-se vitorioso... Uma santa Sexta-Feira Santa!
"O pregador do amor foi pregado na cruz. Deixou de amar? Não. Amando venceu a morte." (Gabriel Chalita).
As lembranças de outras Sextas-Feiras Santas confirmam a necessidade de silenciar e de olhar para o alto da cruz. Demorei um tempo para compreender que a cruz é muito mais do que dor, a cruz é a prova da resistência de um grande e eloquente amor. Os anos continuam sendo somados, mas o silêncio da Sexta-Feira Santa é praticamente natural. Necessito deste silêncio para compreender a dinâmica da cruz. Amar é sempre correr o risco de ser incompreendido.
Quem ama de verdade não se impõe, não grita, não ameaça. Ama mesmo quando tudo o convida a desistir. A maior força do amor não está em seu grito, mas em sua permanência. E foi esse amor silencioso, mas inabalável, que foi levado até a Cruz. O Cristo, que não se defendeu, que não revidou, que não evitou a dor, foi o mesmo que, mesmo pregado, continuou amando. A Sexta-feira Santa não é apenas memória de um sofrimento, mas um convite a entender que a grandeza da vida não está em escapar da dor, mas em transformar a dor em oferta. O pregador do amor foi condenado por amar. Foi humilhado por ter sido íntegro. E mesmo diante do abandono, da injustiça e da violência, não recuou. Não deixou de amar. Amar sem condições foi sua resposta à traição, à zombaria, à flagelação. Ali, na cruz, o amor não perdeu, o amor venceu. Venceu porque não recuou, porque não se endureceu.
Quem ama até o fim, transforma até a morte em caminho de vida. Não se trata de glorificar o sofrimento, mas de reconhecer o poder que há em um coração que permanece fiel mesmo quando tudo se desfaz. A cruz foi o palco da violência humana, mas se tornou, por causa do amor, o altar da salvação.
Jesus não desistiu de nós nem mesmo quando o mundo desistiu d’Ele. E esse gesto, envolto de dor e ternura, é a maior prova de que o amor é mais forte do que qualquer morte. A Sexta-feira Santa nos recorda que não estamos sós em nossas cruzes. Aquele que amou até o fim permanece conosco, oferecendo-nos sua mão mesmo nos abismos.
Bênção! Paz & Bem! Santa Alegria! Abraço!