O cenário da foto acima mudou radicalmente de 1948 para cá. Mas foi ali, no pequeno trecho da Rua Feijó Júnior entre a Sinimbu e o final da Os Dezoito do Forte que, há 72 anos, teve início a chamada Feira Livre do bairro São Pelegrino. Proposta pelo então vereador Isidoro Moretto, a iniciativa tomou forma no final do primeiro ano de governo do prefeito Luciano Corsetti – a inauguração oficial deu-se em 24 de dezembro de 1948, na Rua Dr. Montaury., na calçada contígua à Casa Magnabosco.
Matéria do jornal "A Época" de 5 de setembro de 1948, três meses antes da estreia, já ventilava o formato a ser adotado e o regulamento pré-estabelecido.
"Devem funcionar as feiras em barracas desmontáveis, devidamente cobertas e dotadas de bancas apropriadas à venda pública, de modo a oferecer uma realçada exposição dos produtos. Serão instaladas em três pontos distintos da cidade: uma na zona Guarani (bairro Lourdes), uma na zona Central e outra no bairro São Pelegrino."
É de uma das primeiras edições em São Pelegrino o registro acima, captado pelo dentista Aparício Postali a partir da varanda da antiga residência da família família, na esquina em frente à Adica Imóveis.
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Móveis e licores
A imagem que abre a matéria traz a lembrança de diversas casas, famílias e empresas instaladas naquele trecho. Em primeiro plano, à direita, vemos a horta junto ao terreno da antiga igreja de madeira, onde hoje situa-se o Edifício Francisco Oliva.
Na sequência, o casarão do empresário Otarino Travi, recuado e dotado de um grande jardim frontal. Ao lado, as casas da família Crosa e da cabeleireira Júlia, vizinhas do prédio do Expresso Caxiense. Seguindo em direção à Estação, as moradias das famílias Ribeiro, Zandomeneghi, Turra, Viola e Dal Pont.
A saber: junto às casas destas duas últimas funcionaram também três empresas eternizadas na memória da cidade: a Indústria de Licores e Destilados de Maurício Viola (onde hoje situa-se o edifício homônimo e a Galeria Arte Quadros), a Fábrica de Móveis Dal Pont e o lendário Pastifício Caxiense, de Martino Dal Pont. Mas essas são histórias que abordaremos em breve...
Parceria
Agradecimento especial às leitoras Maria Beatriz Dal Pont e Suzana Postali Fantinel pelo auxílio na identificação das casas e respectivos comércios.
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Vivendo São Pelegrino
Histórias curiosas, relatos de antigamente, minibiografias e fotos nostálgicas podem ser conferidas na página do facebook Vivendo São Pelegrino, mantida pela professora e moradora do bairro Suzana Postali Fantinel (foto acima).
Filha do dentista Aparício Postali e de dona Guilhermina Andreazza, Suzana promove uma verdadeira viagem no tempo em cada postagem, mesclando suas vivências a fatos, lugares e pessoas que fizeram e fazem de São Pelegrino um dos bairros mais queridos e tradicionais de Caxias do Sul.
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