No meio de tanto discurso de ódio por todos os lados, com afirmações incisivas baseadas em fragmentos de textos lidos no Facebook - quem ainda aguenta tanta intolerância, hein? - recebi um vídeo fofíssimo de uma amiga, que serviu como um alento para esses dias de disseminação de vibrações negativas.
Nem há nada de tão complexo nele, que fala exatamente sobre o oposto do que temos presenciado por aí: o amor. Não o amor fantasioso dos filmes de Hollywood (adoro!), nem aquele versado por poetas ou cantores sertanejos: o sentimento puro, visto e explicado pela ótica infantil.
Chamado Lições de Amor e desenvolvido pela a ONG norte-americana Jubilee Project, entidade sem fins lucrativos que produz conteúdos de entretenimento para inspirar outras pessoas a fazer o bem, traz uma dezena de crianças tentando descrever o que é e como ele deve ser demonstrado. É impossível conter um sorriso ao escutá-los falando que nunca se apaixonaram, que beijar alguém é nojento e como ficam desconfortáveis ao serem provocados a conversar sobre o tema - mal sabem que, anos mais tarde, o amor (ou a falta dele) vai permear o cotidiano de todos eles.
"Amar alguém é manter contato visual" e "o coração bate como uma bomba" são algumas das definições. É lindo porque é singelo e, muitas vezes, a gente acaba perdendo essa perspectiva da afetividade simples, verdadeira. Curiosamente, não se perde a noção da falta de amor, não se hesita em reclamar e xingar de tudo e todos, esquecer que, apesar do nosso descontentamento com alguém, quase sempre há um ser humano por trás da situação.
Voltando às crianças, elas são brilhantes na percepção de como se faz para demonstrar o amor: "Dar flores e chocolate todo mundo faz; é preciso ser mais original, fazer algo diferente", "você deve tratá-la de um modo especial. Por exemplo, quando minha mãe quer ler um livro na cama, meu pai vai para cama, mas se ela quer assistir a tevê, ele assiste a tevê". E o que é amor verdadeiro? "É uma mistura de amizade, admiração e felicidade". Tão mais verdadeiro que ódio virtual, né?
* O colunista Marcos Fernando Kirst está de férias.
Opinião
Tríssia Ordovás Sartori: Muitas vezes, a gente acaba perdendo essa perspectiva da afetividade simples, verdadeira
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