Fala-se muito na sociedade do cansaço. A nossa. Exemplifico: uma amiga de dezenove anos colocou como frase de destaque em seu Whats: “Constantemente exausta”. Veja só, nesta idade! Porém, deve ser a expressão exata para definir o seu sentimento. A inserção no mundo adulto passou a significar, para a maioria, essa certeza: tudo é pesado, greve. Inúmeras obrigações, demandas em excesso, necessidade de estar sempre se atualizando. Sinto pena, pois ao se desviar desse roteiro estão fora do mercado de trabalho. E tem gente estranhando os surtos de ansiedade e depressão que os acomete. Sintomas desconhecidos de outras gerações, pelo menos com esta intensidade. Em meu diagnóstico de psicólogo amador estamos, sem exceção, recebendo demasiados estímulos. E eles vêm de variadas maneiras. Aparelhos constantemente ligados, conexão em redes sociais, opiniões emitidas a granel. O cérebro tem dificuldade em assimilar tanto material. Aliás, li um estudo mostrando a incapacidade de absorver essa overdose de dados. O resultado é o caos mental, seguido de doenças de toda ordem.
CALMA INTERIOR
Notícia
Excesso de estímulos
Meus antídotos estão na arte e na capacidade de ficar sem fazer nada
Gilmar Marcílio
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