Na medida em que jogamos luz nas situações desconfortáveis, seja através de processo terapêutico ou da auto-observação sistemática, percebe-se o pouco domínio que se tem sobre a vontade. Ela impera como uma senhora voluntariosa, não admitindo ser contrariada. Por isso é tão trabalhoso livrar-se de qualquer dependência, seja de ordem emocional ou química. Se deixarmos tudo correndo à larga, dificilmente conseguiremos obter alguma vitória em relação às pulsões. É comum ouvirmos das pessoas a seguinte frase: “Se fosse comigo, eu pararia agora com isso que te faz tão mal.” Fácil, né? Nada mais enganoso. Isso exige determinação e persistência, e nem sempre somos capazes de manter essa disciplina, retomando o leme do barco. Muitos continuam à deriva por anos, entregando-se sem resistir, embora em seu interior a sensação de frustração e impotência persista. Há enorme trabalho a ser feito até conseguir minimamente ter o controle de si. E ainda assim, a um descuido, tudo escapa das nossas mãos.
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Não se prive de nada
A liberdade também se vincula à aceitação dos próprios defeitos
Gilmar Marcílio
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