O amigo me surpreende com a expressão perfeita para definir muitos dos relacionamentos atuais: a prática da performance da indiferença. Você faz de conta que não quer, mesmo sendo o contrário. Ok, essa é uma tática antiga e sempre obteve excelentes resultados. Mas era pontual, digamos assim: arma utilizada pelos mais seguros, já sabedores da vitória antecipada. Hoje se disseminou - é uma espécie de epidemia ganhando status elevado entre os casais. Será bom ou ruim? O jogo amoroso é fruto do seu tempo, precisa ser visto sob o viés histórico. As pessoas namoravam e se uniam em obediência aos códigos vigentes, atrelados sobretudo a negócios, manutenção ou ampliação da fortuna entre famílias. Somos animais adaptando-se conforme os interesses postos diante da grande tabuleta de xadrez chamada vida. Pensando na flexibilização dos manuais de comportamento entre os parceiros, procuro suspender meu julgamento nesta questão. Sem, no entanto, deixar de me posicionar, emitindo opinião. O tema é inesgotável e tantas manifestações afetivas haverá quanto seres humanos habitando o planeta.
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Performance da indiferença
Anda-se trocando o contato real por simulacros de presença
Gilmar Marcílio
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