A passagem do tempo deixa marcas indeléveis em nossos corpos. Correções estéticas nos ajudam a disfarçar, provisoriamente, os sinais que denunciam a idade. Em uma sociedade que louva a juventude é compreensível valer-se desses recursos, mesmo com resultados questionáveis. No entanto, existem outras maneiras de alcançar o equilíbrio e a aceitação diante deste fato. A primeira delas, sem dúvida, é estar vigilante ao que o mundo nos oferece, sobretudo nessa época de mudanças vertiginosas. Devemos nos considerar afortunados, embora a ansiedade costume bater à porta com frequência. As noções de autoridade já não são chanceladas só pela experiência. Vejo isso como algo positivo, pois a velhice nunca garantiu sabedoria a ninguém. Podemos encontrar adolescentes admiráveis e com grande senso crítico. O acúmulo das vivências não nos transforma, necessariamente, em exemplos a serem seguidos. Acredito ser proveitoso rever permanentemente os posicionamentos. Deixar de lado preconceitos e disponibilizar espaços para novos modelos de interpretação da realidade. Ando me aproximando de quem preserva acesa a vivacidade e o entusiasmo, por estar no início de sua existência. Mas também opto pelo contato com os idosos, pois sei como eles se tornam invisíveis para a maioria, amargando uma dolorosa solidão. Promover o diálogo e disponibilizar-se para uma escuta atenta pode ser um afago, suavizando seus dias.
Tempo
Opinião
Estou ficando mais jovem
Abraço o agora e olho para o passado sem saudade. Carimbo na alma o passaporte para o futuro
Gilmar Marcílio
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