Sob alguns aspectos, é difícil ser jovem hoje em dia. A imposição de cumprir extensa agenda de compromissos, que os ocupa da manhã à noite, é muito emblemática. Aliada a isso, há a “necessidade” de estar em permanente exposição nas redes sociais, de preferência mostrando-se feliz, dando ênfase a qualidades estéticas e à vida próxima da perfeição. O efeito? Uma geração imersa na ansiedade e na depressão bem cedo. A revista TPM publicou, recentemente, uma matéria elucidativa sobre o assunto. O título: “Um comprimido pra dormir, um pra sorrir, outro pra trabalhar”. Isso advém do fato da sociedade estar cobrando constante desempenho e excelência, dando ensejo a fraturas emocionais que passaram a ser curadas artificialmente. O resultado é a dependência precoce de produtos farmacológicos. Especialistas apontam um lado positivo: a busca de ajuda para a supressão do sofrimento psíquico. Porém, são deixadas de lado as causas e, sem analisá-las, compromete-se a cura. É inquestionável o quanto se minimiza, através desse expediente, crises que levam, no extremo, à redução das capacidades cognitivas para lidar com situações estressantes, quando não ao suicídio. Vale lembrar: está virando endemia, e um número gigantesco de homens e mulheres já se valem desse suporte para resolver problemas de ordem prosaica, significando a redução dos recursos internos para lidar com a frustração.
Desafios
Opinião
Três comprimidos
Continuo acreditando no privilégio de se viver em um tempo de grande liberdade e autonomia para fazer escolhas
Gilmar Marcílio
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