Numa aprazível tarde de primavera recepciono dois jovens em visita à galeria de arte onde trabalho. Simpáticos, atêm-se às informações que lhes forneço sobre a artista em exposição. Percebo atenção genuína pela minha fala. Fazem perguntas e mostram ótimo conhecimento sobre as técnicas utilizadas nas obras. Entusiasmado, indago-os sobre seu interesse pela cultura em geral. Um é apaixonado por cinema, especialmente filmes clássicos. O segundo se diz atraído por textos mais reflexivos. No momento está fascinado pelas Meditações, livro do imperador e filósofo Marco Aurélio — a propósito, minha Bíblia filosófica, relido com constância. O monitoramento que fazemos costuma se dar em poucos minutos, permitindo aos visitantes uma apreciação a partir de um olhar particular. Nessa ocasião, sem ter me dado conta, falamos aproximadamente por uma hora. O tempo realmente ganha um caráter subjetivo dentro de nós. Convido Rafael e Augusto — são os seus nomes — para outra conversa futura e eles aceitam prontamente. O dia termina de maneira agradável e sigo para casa feliz.
Exercício de aprendizagem
Opinião
Gurizada
Costumo esquecer com frequência a idade que tenho, mas distanciado do desejo de voltar a ser moço
Gilmar Marcílio
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