Através do estudo da mente, compreendemos os múltiplos estados emocionais. E da química cerebral também. Se fosse diferente, por que certas pessoas conhecem apenas superficialmente a angústia quando são tocadas pela dor e pela perda e várias desmoronam diante de fatos de menor significação? É comovente acompanhar a trajetória dos que superam grandes tragédias com relativa facilidade. Qual gatilho é acionado para seguirem em frente, a despeito do horror de verem sua vida sendo estilhaçada? No oposto, encontramos quem sucumbe diante de um simples estremecimento, precisando estar protegidas constantemente do mais leve rumor, evitando desestabilizar seu frágil equilíbrio. Pesquisas recentes mostram: mesmo se esforçando para sair do torpor e da paralisia, raramente conseguem. Estão presas a processos biológicos, independente de seu empenho ou propósito. Trazem para o consciente as aflições, procuram ajuda profissional, partilhando tudo com amigos e familiares. E nada. É como se uma tonelada de angústia as esmagasse, transformando o banal em uma verdadeira hecatombe. Somos regidos por impulsos reais, mas tantas vezes situados além do controle.
Opinião
Gilmar Marcílio: quem comanda?
Somos regidos por impulsos reais, mas tantas vezes situados além do controle