Nosso cérebro possui a admirável propriedade de se moldar ao longo da vida. Vai se ajustando às mudanças com espantosa facilidade. Mesmo quando alguma função motora foi perdida num acidente, por exemplo, é capaz de nova conformação. Outra área se encarregará de executá-la. Em relação aos comportamentos e às emoções, ele segue um padrão semelhante. Ou seja, não é só a mente que inscreve dentro de nós realidades suplementares. Isso acontece também com esse espetacular órgão. Tão ou mais complexo do que o próprio universo, dizem os neurocientistas. O assunto é fascinante e evidencia a riqueza de estarmos conscientes de tal percepção. A resistência de se conectar a novas experiências causa paralisação emocional e a consequente inabilidade de absorver o que se apresenta como inédito. Deveríamos nos lembrar disso em diversas situações. Caso contrário, continuamos vivos, mas incapazes de usufruir desse presente que a biologia nos entrega. Ao invés de ficar lamentando por algo perdido, o melhor modo de se reconstruir parece ser o de adicionar outro caminho, gerando competências suplementares de gerar alegria, contentamento.
Opinião
Gilmar Marcílio: elasticidade
O certo é que permanecer parado, lamentando, acelerará a dor e o sentimento de impotência
Gilmar Marcílio
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