Gostaria de, num passe de mágica, ser transportado para daqui a duas ou três décadas. Só para olhar em retrospecto o que aconteceu depois de ter sido encontrada a vacina para combater o coronavírus. Sabe por que? Hoje, a especulação filosófica recorrente é essa: sairemos melhores desse período trevoso e angustiante ou, findo o medo, retornaremos às práticas anteriores? Será que nosso pensamento se vergará diante da fragilidade da situação ou simplesmente seguiremos como anteriormente, com hábitos e comportamentos francamente autodestrutivos? Há a turma dos que, imbuídos de genuína fé no ser humano, apostam numa recuperação de valores éticos e ações admiráveis. Creem que, através de um processo de ampliação da consciência, assumirão suas responsabilidades e optarão por olhar para si e para os que os cercam com benevolência e generosidade. Outros, recusando o otimismo, pensam que formulamos tal ideário movidos por um sentimento que só se sustenta no provisório. Preferem chamar de uma leitura lúcida dos fatos. À luz do bom senso, devemos nos filiar a uma dessas correntes? Particularmente, prefiro mesclar opiniões a formular uma que seja permeada só por uma fé cega ou pela lógica que desacredita totalmente da capacidade de regeneração da nossa raça.
Opinião
Gilmar Marcílio: otimistas e realistas
Gilmar Marcílio
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