Pois é. Estou devidamente inserido no mundo virtual. Se a adesão equivalesse a uma batalha, eu certamente estaria entre os últimos a capitular. Mas nem tudo são dissabores, reconheço. Tenho apreciado participar do Instagram, por exemplo. É um mundo em si. E, como a quase totalidade do que nos cerca, exige afinar o olho e a sensibilidade para escolher o que vale a pena ser visto. Dialogo com amigos que admiro e respeito e recebo conteúdo de museus, galerias, revistas, jornais e artistas que gosto. Acompanho de perto a história da beleza e lampejos sobre o que de melhor se produz hoje. Resisto a colocar “coraçãozinho” em quem posta um prato de comida. Acho plausível a pessoa se promover, se exibir até. Mas sem exageros. Que o prosaico permaneça no prosaico, nada de lançar luz sobre ele. Há tanto para se partilhar, que é uma real perda de tempo passar horas deslizando o dedo pela tela. Tem muita boniteza lá fora para a gente se encantar. Música, natureza e arquitetura. Arte, ética e poética. Um grande caldeirão que, afinal, define nossa humanidade.
Opinião
Gilmar Marcílio: eu e o Instagram
Gilmar Marcílio
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