Li uma breve nota no jornal que me causou estranheza. Tenho tentado não me espantar como em tempos idos, pois estamos à mercê de novidades quase todo dia. Pois bem. Dizia a matéria: Porto Alegre já conta com uma nova especialidade na área da saúde: terapia pélvica. O que será isso, meu Deus? O texto, de poucas linhas, deixava para o leitor deduzir a quase autoexplicativa profissão. Deve ser mais ou menos isso: mulheres com algum problema sexual localizado na área descrita passam a contar com psicólogos (ou algo do gênero) que as ajudam a superar algum trauma de, literalmente, ordem íntima. Até onde iremos? pensei, ainda confuso e desejoso de esclarecimentos maiores. Será que estarei vivo quando chegarem ao mercado de trabalho pessoas dispostas a minimizar nossos traumas pelas unhas encravadas e azia, entre outros? O maior mal causado por isso, creio, está no enfraquecimento da nossa vontade e disposição para encontrar soluções em nós mesmos, quando estamos sofrendo. Busquemos ajuda com quem estuda a fundo a condição humana. Mas tudo isso não deveria ficar restrito ao universo da alma ou, para os mais pragmáticos, das emoções?
Opinião
Gilmar Marcílio: terapeuta pélvico?
Serão profissionais que nos ajudam a superar, literalmente, algum trauma íntimo?
Gilmar Marcílio
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