A visita do candidato Eduardo Leite (PSDB) à CIC (Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul), nesta quarta-feira, deu-se imediatamente após o primeiro debate para o segundo turno com o oponente Onyx Lorenzoni (PL), na segunda-feira à noite, na Band, e coincide com o tema do Banrisul no centro do debate. Assim, esses foram assuntos presentes na palestra do tucano. Pela manhã, Leite havia divulgado vídeo em rede social em que assumia publicamente o compromisso pela não privatização do Banrisul.
– Diante de demandas que chegam de quem está se somando a nós no segundo turno, vou assumir um compromisso ainda mais claro: nós não encaminharemos o banco à privatização.
Mas o eixo do discurso de Leite na CIC foram um inventário de sua gestão à frente do governo e as propostas para um eventual segundo governo, com detalhamento para a Serra Gaúcha. A abordagem de Leite esteve permeada ainda pela proximidade e repercussão do debate de segunda-feira, em que procurou se diferenciar do adversário colocando o foco no Estado e acusando Onyx de só falar do país e de ser um candidato “dependurado” no presidente Jair Bolsonaro. As referências ao Estado no cenário surgiam a todo momento, nas cores da bandeira gaúcha e na citação a “um só Rio Grande” (como na foto acima). Está clara a estratégia eleitoral do tucano, que vai se estender por todo o segundo turno. Mas a empreitada é muito difícil, descontar uma diferença de 680 mil votos a favor de Onyx no primeiro turno.
– O Rio Grande do Sul não é mera extensão de Brasília, não é quintal do governo federal e nem é curral eleitoral. Aqui é o Rio Grande do Sul, Estado que tem história, que tem tradição política e que vai se fazer ouvir. O meu adversário insiste em falar de Brasília e da eleição presidencial pela sua incapacidade de discutir o Rio Grande do Sul – alfinetou.
A participação do candidato Onyx na RA CIC, que chegou a estar programada para o dia 5 de outubro mas precisou ser desmarcada, ainda não tem data prevista. A entidade aguarda nova data.
"Circunstâncias políticas"
Sobre a posição anunciada semana passada quanto à disputa eleitoral para presidente, mesmo precisando dos votos do candidato petista Edegar Pretto, Eduardo Leite reiterou na CIC a posição de neutralidade, mas deixou claro que está aberto às “circunstâncias políticas”, como no caso do compromisso com a não privatização do Banrisul:
– Não é pacote fechado, as pessoas poderão escolher seu candidato a presidente e seu candidato a governador, e o que a gente quer é discutir o Rio Grande.