Além de traçar metas e fazer planos para o futuro, janeiro também é conhecido como o mês de conscientização da saúde mental e emocional. A iniciativa foi criada em 2014 pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), após a pandemia de Covid-19, os casos de transtornos mentais no Brasil tiveram um aumento de 25%.
Em Passo Fundo, é possível encontrar suporte gratuito em universidades e também na rede pública de saúde. O público atendido nesses locais vai desde crianças até idosos. As modalidades ofertadas variam entre individual, de casal ou familiar e até orientação profissional.
Já para casos de maior complexidade na área da saúde mental, o município dispõe de três tipos de serviços especializados. São eles: CAPS AD, CAPS Infantil e CAPS 2. Todos contam com acompanhamento psiquiátrico e psicológico, equipe de enfermagem e equipe multiprofissional.
O mês também abre espaço para tratar sobre o tabu que envolve a psicoterapia. O pensamento de que demonstrar vulnerabilidade ou sinais de fraqueza torna a pessoa inferior é comum, como afirma a psicóloga Deise Maier.
— Muitas pessoas pensam que ir ao psicólogo é para loucos. Todo mundo tem momentos de tristeza e pode se sentir um pouco mais para baixo. Além de tratamentos para transtornos psicológicos, a psicoterapia também é uma excelente ferramenta para o autoconhecimento, que faz a gente entender como nós mesmos funcionamos, além de desenvolver inteligência emocional — explica.
Através do autoconhecimento, é possível entender o próprio comportamento, a relação entre as emoções sentidas e que tipos de situações causam estresse e ansiedade.
Deise afirma que, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V-TR), mulheres e meninas adolescentes são pelo menos duas vezes mais propensas do que os homens a terem Transtorno de Ansiedade Generalizada. O Transtorno Depressivo Maior também é mais prevalente no sexo feminino.
Segundo a psicóloga, a ansiedade é um dos transtornos mentais mais incapacitantes do mundo.
— Existem alguns sintomas da ansiedade, como aperto no peito, não dormir direito, ou você dorme e acorda no meio da noite pensando em alguma coisa que você teria que fazer. Muitas vezes, as pessoas têm sinais de que as coisas não estão indo bem e deixam chegar no limite. A gente acha que somente doenças físicas podem ser incapacitantes, mas a ansiedade e a depressão também são — disse.
Como sintomas depressivos, ela cita fadiga, cansaço, irritabilidade, falta de vontade de fazer atividades em família ou com amigos, insônia, sensação de inutilidade ou fracasso, entre outros. Para Deise, o diagnóstico precoce de qualquer doença mental é benéfico e pode prevenir que a pessoa continue em um ciclo de pensamentos ruins e evolua para outros estágios.
— As pessoas do próprio convívio percebem esse desânimo. Você pode ser aquela pessoa que está com algum sintoma negativo e não percebe, não acha que precise de ajuda. O diagnóstico precoce impede que a pessoa desenvolva cada vez mais aquele transtorno e permaneça naquela situação — orienta.