O goleiro João Paulo, do Atlântico, não sabe se vai enfrentar o Guarany na conclusão da partida válida pela semifinal do Gauchão de Futsal. A definição do jogo foi parar no TJD-RS, e depois de ter sido eliminado da competição, o time de Erechim foi absolvido por ter abandonado a quadra quando o próprio atleta denunciou ter sido alvo de injúria racial.
E é justamente pela indefinição da data da partida que o goleiro, que tem contrato encerrando ao final de 2024, não sabe se voltará ao Ginásio Módulo Esportivo, onde sofreu a discriminação. O pleno do TJD-RS optou pela continuidade da partida no mesmo local e, por isso, o Atlântico deve recorrer em terceira instância, uma vez que não concorda com a decisão.
Os prazos para um novo julgamento, porém, são demorados. Tanto Guarany como Atlântico solicitaram acórdão de lavratura da sessão realizada nesta quarta-feira (11), e o tempo para recebimento é de 48h. Depois disso, terão até 72h para recorrem da decisão — podendo se estender até a próxima quarta-feira (17), visto que o fim de semana não conta.
E essa demora pode fazer com que a decisão do segundo finalista não aconteça ainda em 2024 e, portanto, que o goleiro João Paulo não enfrente o Guarany novamente. O atleta tem contrato com o Atlântico até o fim de ano e não permanecerá para a próxima.
Enquanto isso, até que não se tenha uma decisão oficial, o Atlântico deu folga aos seus atletas.
Relembre o caso
O caso ocorreu durante a partida de volta da semifinal do Gauchão de Futsal, no Ginásio Módulo Esportivo, em Espumoso. O Atlântico venceu no tempo regulamentar, por 4 a 1, e encaminhou a decisão à prorrogação. No entanto, aos 4min10s do tempo extra, quando o placar estava 1 a 1, a partida foi paralisada após uma denúncia de injúria racial.
O goleiro João Paulo, do Atlântico, relatou ter sido chamado de "macaco" por um torcedor do time da casa. O atleta chegou a identificá-lo, mas a segurança privada contratada pelo Guarany não teria detido o homem. Por isso, jogadores e comissão técnica do Atlântico optaram por não retomar à quadra.
Depois do primeiro julgamento, que decretou a eliminação do Atlântico e multa para o Guarany, as equipes entraram com recurso junto ao Pleno do TJD-RS. Na nova instância, ficou definido que a partida terá continuidade no Ginásio Módulo Esportivo, mas com portões fechados. O Guarany, por sua vez, foi multado em R$ 20 mil.
O torcedor que cometeu a injúria racial foi proibido de frequentar o Ginásio Módulo Esportivo por 720 dias.