Por Pepe Vargas, presidente da Assembleia Legislativa do RS
O dia 24 de março passa a ser dedicado à memória das vítimas da covid-19 no RS. Instituída pela Lei 16.131/2024, a data marca o dia da primeira morte da pandemia no Estado, em março de 2020. A lei foi elaborada a partir de sugestão encaminhada pela Associação das Vítimas da Covid-19 (Avico) e pela Associação Vida e Justiça do RS, que atuam no apoio às vítimas e familiares das vítimas.
No RS são contabilizados mais de 43 mil mortes e 3 milhões de casos
A pandemia causou consequências sociais e econômicas ainda não totalmente avaliadas e perdas de vidas em todo o mundo, sobrecarregando famílias, profissionais da medicina, enfermeiros, profissionais de atividades essenciais, etc. Este esforço deve ser relembrado anualmente em forma de homenagem, e para que se crie uma memória coletiva perene a respeito da importância da saúde pública, da ciência e do SUS na preservação de vidas quando catástrofes pandêmicas surgem.
No RS são contabilizadas mais de 43 mil mortes e há um total de mais de 3 milhões de casos confirmados com a doença. Mais de 100 mil empresas encerraram seus negócios no auge da pandemia, mais de 90% destas eram de micro e pequeno porte. Pelo menos 11 mil famílias gaúchas enfrentaram a ameaça de despejo e o risco de ficar sem moradia nesse período. O número de desalentados no RS, em 2020, cresceu em 66%.
Após cinco anos, enfrentamos os efeitos da covid longa, uma vez que muitas pessoas que testaram positivo para o coronavírus apresentaram sintomas prolongados, e um número significativo enfrenta problemas crônicos. As vacinas, que salvam vidas, ainda são vistas com desconfiança ou descrédito por 27,3% da população, conforme a pesquisa Epicovid 2.0, de 2024.
É preciso recordar que ainda são necessárias muitas respostas do Estado. Existem demandas relacionadas à atenção à saúde da população que apresenta danos crônicos, permanentes ou temporários, causados pela doença, que implicam em novos arranjos assistenciais. Neste cenário é fundamental que o governo do RS volte a investir no mínimo 12% do orçamento na saúde.