Por Gabriel Wainer, apresentador do @RivoNews
Na semana passada escrevi aqui, neste mesmo espaço, sobre a minha visita recente aos campos de concentração de Auschwitz. Não foi a primeira e nem a última vez que escrevi, nas páginas deste jornal, sobre os meandros do antissemitismo e seus efeitos macabros ao redor do mundo. Mas retornar ao Brasil depois de tudo o que vi e senti e receber a notícia da morte brutal de Kfir e Ariel Bibas, sequestrados do berço pelos selvagens terroristas do Hamas em 7/10 de 2023 quando tinham 9 meses e 4 anos, respectivamente, me obriga a repetir a temática nesta segunda-feira. Peço perdão ao leitor de Zero Hora por voltar no assunto, mas enquanto o mundo cala e consente, é preciso ser incansável na denúncia do terror.
Nos últimos 506 dias, judeus do mundo inteiro rezaram pela devolução da família Bibas com vida. A notícia da morte deles destruiu as esperanças de um povo que não aguenta mais essa guerra, cuja origem é o ódio cru a judeus. Mas pior que a confirmação do assassinato das crianças e de sua mãe, Shiri, foi o espetáculo tétrico que os terroristas fizeram na devolução de seus corpos.
Enquanto o mundo cala e consente, é preciso ser incansável na denúncia do terror.
A barbárie atingiu um patamar tão escandaloso que até a ONU, que vem sendo omissa e conivente com o terror, precisou se manifestar e repudiar a performance. O show de horrores contava, inclusive, com uma plateia composta por dezenas de crianças e adolescentes de Gaza que não tem alternativa na vida que não seja perpetuar o ódio ao povo judeu, pois assim são ensinados desde o berço.
Os nazistas da região são ainda piores que os nazistas originais. Durante a 2ª Guerra, não faltaram exemplos de alemães e poloneses que se opuseram ao Reich e salvaram judeus das câmaras de gás. Em Gaza, no entanto, não há um só relato de alguém que tenha feito o mesmo com os reféns sequestrados.
Ariel e Kfir Bibas foram assassinados pelas mãos — literalmente — de homens primitivos radicalizados por uma interpretação assassina de sua própria fé. Que paz é possível diante de tudo o que vem sendo exposto neste cessar-fogo entre Israel e o Hamas?