Por Fabiano Zortéa, especialista em varejo e consumo do Sebrae RS
Pontos de inflexão estão diretamente ligados a momentos cruciais em que mudanças significativas ocorrem. Tomando esse conceito e adaptando-o para o varejo, foi possível perceber que estamos diante de um momento crucial, que volta a investir e apostar na loja física e na atração de clientes para um ambiente minimalista, conceitual, que ofereça interatividade e, acima de tudo, conexões entre as pessoas e qualidade no atendimento. Essa foi uma tendência latente percebida durante a NRF, maior evento de varejo do mundo, que ocorreu de 12 a 14 de janeiro em Nova York (EUA).
A loja física e a atração de pessoas para esses espaços têm uma preponderância cada vez maior
Neste ano, o programa de imersão liderado pelo Sebrae RS contou com 55 empresários e expoentes do varejo do RS que visitaram a NRF e lojas na cidade de Nova York para conhecer novidades e captar inspirações. A verdade é que, em um mundo em que as pessoas estão se sentindo cada vez mais solitárias e impactadas negativamente pelo ambiente digital, a loja física e a atração de pessoas para esses espaços têm uma preponderância cada vez maior. Mais do que chamar o consumidor para uma simples compra, fica claro que o varejo tem a oportunidade de se tornar um ponto de encontro e promover um senso de comunidade. É uma tendência que vai muito além da venda do produto, atraindo as pessoas para a atmosfera oferecida por seus ambientes e suas marcas.
Ao mesmo tempo em que as pessoas respondem que preferem comprar online, o varejo sente uma saturação dessa modalidade. O caminho é resgatar a essência do varejo, primando por serviço atrelado ao produto. Isto é, a tendência é acrescentar qualidade na experiência que os consumidores têm nos espaços físicos, que tendem a se tornar mais minimalistas e mais interativos.
Muitas vezes, olhar para trás é importante para compreender o futuro. Trata-se de um aparente paradoxo, que também se aplica ao varejo. Significa dizer que as marcas precisam se dedicar às preferências dos seus clientes e servi-los cada vez melhor, algo que, às vezes, é esquecido num mundo repleto de tecnologia e de contatos virtuais. O varejo segue sendo um mundo de possibilidades.